Policia Civil realizou buscas na casa do ex-marido de Jaqueline nesta quarta
Pedro Ivo Prates/Meon
O ex-marido de Jaqueline Barros, morta no dia 8 de maio, temia ser preso por atraso no pagamentos de pensão alimentícia à jovem, segundo a Polícia Civil de São José dos Campos.
"Na sexta-feira que antecedeu o crime [5 de maio], ele ficou fugindo do oficial de justiça e ficou sendo citado: 'Paga, senão sai a sua prisão'. Se ele não pagasse, ia ser preso pela pensão alimentícia. Tudo indica que isso foi o estopim para o crime", diz Alexandre Silva, investigador da Divisão de Homicídios da DIG (Delegacia de Investigações Gerais).
As provas e depoimentos atribuídos até o momento apontam que o médico estaria há cerca de 10 meses sem pagar a pensão alimentícia de R$ 4 mil mensais, apresenta a investigação.
"Estamos confirmando que ele havia sido condenado a pagar cerca de R$ 40 mil atrasados, então, em principio, a motivação seria o impasse do valor", relata o delegado Darci Ribeiro.
A irmã de Jaqueline, Michele Barros, confirma que o processo já estava em andamento e a jovem aguardava o pagamento.
"Ela tinha conseguido entrar com uma intimação e ela ia receber já as pensões. Fazia bastante tempo que estava atrasada, mas ainda havia o processo da divisão de bens da separação", comenta Michele.
Desistência
Os familiares que já prestaram depoimento à Polícia Civil confirmaram que o casal seguia em um processo difícil de separação na Justiça e que a jovem já cogitava desistir da ação.
"Falei com ela algumas horas antes [do crime] e e ela falou que estava preocupada, com medo e que iria desistir do processo. Ela já havia falado com a advogada, pois ela já estava trabalhando, o salário dela estava bom e não precisava mais de brigar pelo dinheiro", conta Maria de Lourdes Barros, mãe de Jaqueline.
Outras testemunhas apresentaram essa versão em depoimento aos investigadores. A advogada que representava a jovem no caso, porém, não foi encontrada.
"De acordo com algumas pessoas ligadas à jovem, ela teria pensado até em desistir da pensão, pelos transtornos que isso tava causando a ela", fala o investigador da DIG.
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Defesa
O advogado Cristiano Jhoukadar disse ao Meon, na última quarta-feira (17), que seu cliente "não tinha nenhum contato" com Jaqueline. Procurado novamente neste fim de semana, a defesa não retornou aos contatos
Joukhadar contesta a versão dos investigadores sobre o crime e acusa a Polícia Civil de ignorar supostas ameaças sofridas pelo seu cliente.
O caso
Jaqueline Barros de 27 anos foi morta no dia 8 de maio com dois tiros no rosto por um suspeito conhecido no meio criminoso como 'Corolla', que teve o seu retratado falado divulgado pela Polícia Civil.
Na segunda-feira (15), foi expedido a prisão preventiva de uma das mulheres que aparecem em gravações de câmeras de segurança da região onde aconteceu o crime. Presa na manhã de terça-feira (16), em Campos do Jordão, ela teria confessado a participação e apontado o envolvimento de outros suspeitos.
Na noite de terça, o ex-marido da vendedora foi preso na zona oeste de São José dos Campos e encaminhado para a cadeia de Caçapava. Sua atual namorada foi encontrada na casa de um familiar em Pindamonhangaba, sendo transferida para a cadeia de Santa Branca.
Os três presos até o momento seguem em prisão preventiva de 30 dias.
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