Por João Pedro Teles Em RMVale

Fórum São José 2030 defende cidade compacta e multifuncional

Na segunda edição, evento reuniu especialistas para debater futuro da cidade

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Urbanista Carlos Leite apresenta exemplos de cidades como Portland e Bogotá

Carol Tomba/Meon

Cerca 350 pessoas participaram, na tarde desta segunda-feira (24), da segunda edição do fórum “São José 2030”, evento que debate os rumos do crescimento e o futuro de São José dos Campos. Em sua segunda edição, o encontro trouxe à tona a necessidade de se investir em uma cidade compacta e multifuncional.

O evento é idealizado pelo grupo São José 2030, organizado por empresários da cidade e capitaneado pelo engenheiro Ozires Silva. Este ano o encontro aconteceu no Expo Vale Sul e contou com o urbanista Carlos Leite e o economista e ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega.

Especialista em desenvolvimento urbano e autor do livro “Cidades Sustentáveis, Cidades Inteligentes”, Carlos Leite destacou a importância do planejamento em longo prazo para atacar os problemas relacionados ao uso e ocupação do solo. O especialista apresentou exemplos de cidades como Portland, nos Estados Unidos, e Bogotá, na Colômbia, para mostrar que é possível melhorar a qualidade de vida por meio de soluções inteligentes e participativas.

Leite defende a mobilidade urbana como força motriz para promover as mudanças que tornam a cidade compacta e multifuncional. De acordo com o urbanista, as cidades mais bem sucedidas trabalham com o conceito de desenvolvimento orientado pela mobilidade urbana.

“Só se chega nessa condição quando a administração investe realmente na diminuição dos deslocamentos, projetando bairros com serviços mais próximos e um transporte urbano que atenda a demanda. O ideal é deixar o carro em casa para as tarefas do dia-a-dia”, afirma.

Entretanto, o urbanista também adverte para uma provável batalha com o setor da construção civil neste processo de mudanças urbanísticas.

“O órgão que determina onde se deve construir é a prefeitura, mas quem realmente faz a coisa acontecer é o setor imobiliário. Para que o projeto urbanístico não seja apenas uma bela apresentação de Power Point, minha recomendação é diálogo, diálogo e diálogo com o setor”, afirma.

Economia
Já o ex-ministro Mailson da Nóbrega usou seu tempo de palestra para apresentar alguns prognósticos econômicos e políticos sobre o que a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) vai enfrentar em seu segundo mandato.

Experiente, Nóbrega apresentou três diferentes cenários –otimista, intermediário, e pessimista- para o ano que vem e, de acordo com ele, o país só consegue ultrapassar a recessão econômica caso adote, a partir de 2015, medidas econômicas impopulares.

No melhor dos cenários, a economia voltaria a crescer apenas em 2017. De acordo com o ex-ministro, erros políticos como a demora para adotar as reforma fizeram a economia viver o seu terceiro pior momento da história recente do país.

“Para melhorar esse panorama, vai ser preciso articulação política da presidente e resistir às pressões do partido para nomear um ministro da Fazenda forte. Outra questão importante é avançar na infraestrutura, principalmente em questões ligadas aos contratos de PPP (Parceria Público Privada), que são, na minha opinião, uma revolução para a administração pública”, explica.

Entretanto, o especialista rechaçou o alarde de que o novo governo pode transformar o Brasil em uma Venezuela, Bolívia ou Equador. De acordo com ele, o país conta com instituições fortalecidas que, além de impedir o regresso, vão garantir o crescimento do país.

“Imprensa livre, Poder Judiciário independe e democracia forte são algumas das instituições que não vão deixar que o país retorne a um regime ditatorial ou a um cenário de inflação astronômica”, afirma,

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