Último reajuste foi dado em janeiro do ano passado
Arquivo/Meon
As três empresas de transporte público que operam em São José dos Campos --Expresso Maringá, CS Brasil e Saens Peña, solicitaram o reajuste imediato no valor da passagem de ônibus na última terça-feira (14). O valor atual de R$ 3,80 pode aumentar para até R$ 4,97.
Em janeiro do ano passado, o reajuste concedido às empresas do transporte coletivo em São José foi de R$ 0,40.
Neste ano, se for aceito o valor de R$ 4,97, a tarifa aumentaria em até 30,7%, valor acima dos 5,35% da inflação oficial nos últimos 12 meses, medida informada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo a assessoria de imprensa da BusVale, que responde pela Associação Vale Paraibana das Empresas de Transportes de Passageiros, além da inflação e do aumento do diesel, a porcentagem do aumento leva em consideração a crescente incidência de gratuidades, correspondentes a 22% do total de viagens, além das tarifas reduzidas de integração (mais 22% do total).
E o que diz a prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura de São José dos Campos afirma que o processo de cálculo de reajuste tarifário é disparado a partir da solicitação das empresas concessionárias de transporte coletivo. A análise para aceitar ou revogar o pedido de aumento na passagem não tem prazo definido para a conclusão.
“O estudo leva em consideração aspectos contratuais como progressão inflacionária, dissídio da categoria e reajustes de combustíveis, além de aspectos operacionais como o tamanho da frota, dos itinerários e a quantidade de passageiros transportados. Assim, ainda não é possível afirmar se haverá ou não o aumento, tão pouco se atingirá os patamares solicitados pelas empresas”, diz a nota.
Mesmo com justificativas técnicas sobre o aumento da passagem, os moradores demonstram indignação.
A jornalista Maiara da Mata, usuária de transporte público, reclama da qualidade oferecida pelas conduções. "É um aumento abusivo esse valor. O serviço oferecido não vale um aumento deste tamanho, principalmente na situação em que se encontra nosso país. É um desrespeito com a população porque não há investimento em melhorias nas condições do transporte e horários”, argumenta Maiara.
Já a professora Célia Maria, também usuária de transporte público, diz que o aumento do valor vai pesar muito no bolso de cada um. “É muito abusivo esse aumento para quem depende desse transporte diário e precisar readaptar o orçamento por um motivo que não trará benefícios para a população”, conclui a moradora do Jardim Colonial.
Análise
A análise do Poder Executivo Municipal tem total autonomia para a realização de estudos e a tomada de decisão acerca do assunto. Vale ressaltar que, em janeiro deste ano, o prefeito Felício Ramuth (PSDB) disse em entrevista que a tabela de custos da operação do sistema de transporte público deveria ser analisada e, a longo prazo, a tarifa seria subsidiada, seguindo o exemplo do que ocorre em grandes cidades, como São Paulo. Porém, as tarifas seriam congeladas, sem necessidade de reajuste.
Parecer Legislativo
O vereador Walter Hayashi (PSC), também presidente da Comissão de Planejamento Urbano, Obras e Transportes, informou que a solicitação de reajuste chegou à Câmara na última quinta-feira (16) e os vereadores ainda não se reuniram para discutir a pauta, mesmo sendo apenas informativa, pois cabe somente à prefeitura a decisão.
“Quando todos os vereadores estiverem inteirados sobre o assunto, nos reuniremos com a prefeitura para discutir esse reajuste anual. Desde já, opino que o valor é absudarmente auto e que não sou favorável a esta medida”, afirma o vereador.
O Meon entrou em contato com o vereador da oposição, Wagner Balieiro (PT), mas sua assessoria informou que ele não conseguiria responder devido a uma reunião externa.
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