Por Meon Em RMVale

Resistência à vacinação é a principal causa do surto de sarampo que acontece no Estado

Médica explica que pessoas ainda pensam que a vacina pode fazer mal à saúde

A resistência à vacinação é um dos fatores que podem ter ajudado no surto de sarampo que atinguiu cidades da RMVale e do Estado de São Paulo. Até o momento, a região tem sete casos confirmados, além de outras ocorrências suspeitas.
Em algumas cidades a doença foi registrada após mais de vinte anos sem nenhuma ocorrência. O sarampo é transmitido por vias aéreas e que pode levar à morte.

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Nos meses de junho e julho, foram confirmados sete casos de sarampo na RMVale, sendo três em Pindamonhangaba, dois em São José dos Campos, um em Taubaté e Caçapava. O número pode crescer nos próximos dias, já que existem casos suspeitos que estão sendo investigados pela Vigilância Epodemiológica de cada município.

De acordo com Bianca Rezende Lucarevschi, pediatra infectologista e professora da Unitau (Universidade de Taubaté), a falta de vacinação é a principal causa para o surto de sarampo. "Como nos últimos 20 anos não foram registrados muitos casos da doença, as pessoas não foram vacinadas como deveriam ser. Além disso, as pessoas acreditam que a vacina pode causar algum mal e deixam de se vacinar", disse.
"As pessoas têm medo dos efeitos adversos, como a febre, por exemplo. A possível febre que pode aparecer após a vacina vai durar dois dias apenas, mas vai te proteger de uma doença que pode matar", completou Bianca.

Transmissão
A médica explica que o sarampo é uma doença transmitida por via respiratória e é altamente contagiosa. Após a infecção, os sintomas demoram de duas a três semanas para se manifestar.
A pessoa infectada pode transmitir a doença após quatro dias com o vírus e continuar o contágio em até cinco dias após a manifestação dos sintomas.
"O sarampo é transmitido pelo aerosol, que é uma partícula menor, mais leve e fica mais tempo em suspensão, por isso ela se torna mais contagiosa do que outras doenças", explicou Bianca.

Segundo a médica infectologista, o clima mais frio do inverno não influencia ou colabora para a transmissão da doença. O que acontece é que, no inverno, as pessoas tendem a ficar mais tempo em ambientes fechados e, assim, a transmissão se torna mais fácil.

Prevenção
Ainda de acordo com a médica infectologista, a vacinação é a melhor maneira de evitar a doença. Pessoas entre 15 e 29 anos devem tomar duas doses da vacina com intervalo de um mês entre elas. Quem tem entre 30 e 60 pode tomar uma dose e as pessoas com mais de 60 anos podem escolher se querem receber a vacina ou não.
"É importante também evitar aglomerações e deixar o ambiente arejado o máximo que puder. O sol também ajuda, tem uma ação de manter o ambiente mais saudável", disse Bianca.

Cidades
As prefeituras das cidades onde foram registrados casos de sarampo estão com ações para reforçar a vacinação. Em Taubaté, ções de bloqueio vacinal ocorrem como estratégia de prevenção após a notificação de casos suspeitos da doença além da vacinação de rotina.
Em Caçapava, a Vigilância Epidemiológica está atuando com vacinação de bloqueio para as pessoas que tiveram contato com os casos suspeitos de sarampo. A prefeitura informou que, em caso de confirmação da doença, é feita uma varredura de até cinco quadras no bairro onde reside a pessoa com sarampo, com o objetivo de checar se há outras pessoas na região com algum dos sintomas da doença.

Em São José dos Campos, a prefeitura também faz a ação de bloqueio vacinal quando existem casos suspeitos. A secretaria de Saúde faz trabalhos técnicos para mapear os locais por onde os casos suspeitos circularam.

Já o governo do Estado está realizando campanha de vacinação na capital e em cidades da Grande São Paulo e ABC Paulista. De acordo com a secretaria de Saúde do Estado, o Centro de Vigilância Epidemiológica estadual mantém o monitoramento em todo o território e, se constatada a necessidade, poderá mobilizar campanhas em outros municípios.


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