O julgamento do policial irlandês Neil Doyle, acusado de atropelar João Henrique Thomaz Ferreira, filho do prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias (PSD), foi adiado pela terceira vez nesta quinta-feira (25).
O caso ocorreu em 28 de outubro de 2023, em Dublin, onde João trabalhava como entregador e morava há cinco anos. Ele teve a perna direita amputada após ser atingido por um carro da polícia, em circunstâncias que familiares e amigos acreditam terem sido intencionais.
Segundo a Comissão do Provedor de Justiça da Garda Síochána (GSOC), que atua como corregedoria local, há suspeitas de que o atropelamento tenha sido proposital. Com base nas investigações, Doyle foi denunciado criminalmente por direção perigosa resultando em lesões corporais graves.
Três adiamentos
Na primeira audiência, em maio, a defesa do policial solicitou o acesso às provas apresentadas pela acusação, o que levou ao adiamento por quatro semanas. O julgamento seria retomado em junho, mas a defesa voltou a pedir mais tempo para análise das evidências.
Na audiência desta quinta-feira (25), realizada às 10h no horário da Irlanda (6h em Brasília), a defesa novamente solicitou prorrogação, e o processo foi suspenso. De acordo com a família de João Henrique, a expectativa agora é de que o julgamento aconteça em janeiro de 2026.
O atropelamento
Na época do acidente, João Henrique, então com 25 anos, foi prensado contra uma barreira metálica após ser atingido por um veículo oficial da Polícia Rodoviária irlandesa. Ele permaneceu internado por 52 dias e precisou amputar a perna direita.
O caso gerou protestos entre entregadores em Dublin, que denunciaram episódios de xenofobia contra imigrantes e pediram investigação rigorosa sobre o atropelamento.
Recuperação
Após retornar ao Brasil, João Henrique passou por uma cirurgia corretiva em julho deste ano, em São José dos Campos, para avançar no processo de reabilitação. Segundo a mãe, a primeira-dama Sheila Thomaz, o objetivo é que ele consiga abandonar o uso de muletas e passe a caminhar apenas com a prótese.
“É uma etapa fundamental para ele poder retomar a vida com mais independência”, afirmou Sheila.
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