Por Marcus Alvarenga Em RMVale

Sócio de empresa denunciada pelo MP foi doador da campanha de Felício

Empresário e prefeito são acusados de fraudar licitações em Praia Grande

Um dos sócios da empresa CSJ, acusada de fraudar licitações em Praia Grande (SP), aparece na relação de doadores da campanha de Felicio Ramuth (PSDB) à Prefeitura de São José dos Campos.

Tanto a empresa, quanto o prefeito são alvos da ação do Ministério Público, que  investiga a contratação de duas empresas para prestação do serviço para controle de sistema de gestão de resíduos no município, entre 2014 e 2016. Os contratos foram vencidos pelas duas empresas, que únicas participantes dos três certames. O prefeito era dono de uma das empresas contratadas e atuou na área comercial da outra. 

De acordo com os dados disponibilizados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Jesus Ângelo de Oliveira realizou uma doação de R$ 2 mil, por transferência eletrônica, para a campanha do candidato do PSDB. O empresário é pai e sócio de Angelo de Oliveira, que é o representante da CSJ citado na ação civil pública.

A relação entre os envolvidos, ambos proprietários de empresas que atuam no ramo de gestão de resíduos, levantou a suspeita do MP sobre os contratos firmados em Praia Grande.

De acordo com Jesus Angelo de Oliveira, o valor doado à campanha se trata da participação em um jantar de arrecadação de fundos para a campanha do atual prefeito. Na época, o encontro acumulou o valor de R$ 524 mil para o candidato tucano.

“Nós nos conhecemos porque trabalhamos juntos. A doação foi dentro do padrão exigido. Foi um jantar em que comprei e participei. Foi a nossa única participação na campanha”, disse o empresário por telefone.

Felicio também cita que a doação se tratou da participação do empresário no jantar e descarta alguma relação pessoal entre eles.

“Amizade é uma coisa muito forte. O que temos é apenas um relacionamento comercial, que sempre existiu. Quando deixei de prestar serviço não deixei nenhum caso de inimizade. Você não cria inimigos no mercado. Provavelmente, a doação é do jantar que ele participou”, afirmou o prefeito de São José.

O sócio da CSJ aponta que a relação com Felicio se manteve apenas no período em que ele era contratado pela empresa. “Na verdade o que existe é que o Felicio, há dois anos, prestava um serviço de freelancer e consultoria pra gente. Ele saiu candidato e, a partir daí, se encerrou a relação dele com as nossas empresas”, comentou Jesus.

No entanto, o tucano confirmou a participação em concorrências e licitações pela empresa. “Em 2013, eu com certeza participei [da concorrência] pela CSJ. Era uma prestação de serviço que se dá como um serviço freelancer, mas não é esse o nome exato da função. É uma prestação de serviço terceirizada, nem consultor eu fui, era terceirizado na área de vendas”, disse Felício.

Entenda a denúncia

A Promotoria do Ministério Público denunciou irregularidades em três concorrências realizadas pela prefeitura de Praia Grande, entre 2014 e 2016, para a gestão de resíduos.

A denúncia do MP envolve onze servidores municipais, o dono da empresa CSJ Consultoria, Ângelo Oliveira, e o prefeito, Felicio Ramuth, na condição de proprietário da Direct Serviços Digitais e Sistemas. 

Segundo o promotor Marlon Machado Fernandes, os servidores públicos citados na ação contribuíram para as fraudes nas licitações. O MP avalia que houve desrespeito à Lei de Licitações, que exige número mínimo de três empresas.

Praia Grande é governada desde 2013 pelo prefeito Alberto Mourão (PSDB), filiado ao mesmo partido de Felicio.

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