Por Luiz Eduardo dos Santos - Gerontólogo e Mestre em Gerontologia
Muito antes de hospitais, remédios sofisticados ou mesmo programas governamentais de auxílio, cuidar das pessoas idosas acontecia emcasa. Famílias, muitas vezes com avós, pais e netos morando juntos, proporcionavam cuidado, amor e segurança as pessoas idosas. Essa responsabilidade recaía, e recai até os dias de hoje, principalmente sobre as mulheres, que assumiam, e ainda assumem, a responsabilidadede cuidar da saúde e do bem-estar de seus familiares mais velhos.
Em muitas sociedades antigas envelhecer não era algo comque as pessoas tivessem grande preocupação. Na verdade, a velhice era vista como umsinal de respeito. Os mais velhos eram como a memória ambulante da comunidade. Eles conheciam todas as histórias, transmitiam tradições e ajudavam a orientar grandes decisões. Viver uma vida longa era algo a ser celebrado, uma prova de sua sabedoria, emvez de ser visto como um fardo.
Essa perspectiva sobre a velhice contribuiu para estabelecer um consenso: cuidar dos mais velhos era considerado um aspecto comunitário, uma maneira de expressar respeito, gratidão e reconhecimento do seu valor.
No entanto, com o passar do tempo, as coisas mudaram. As cidades se expandiram, as indústrias e a tecnologia prosperaram e a vida se tornou mais rápida e intensa. Isso alterou a maneira como as pessoas conviviam e se cuidavam mutuamente. As famílias encolheram e as mulheres, que ainda são as principais responsáveis pelos cuidados, não estão conseguindo mais dar conta de tudo sozinhas. Cuidar das pessoas idosas passou a demandar novas abordagens de todos os setores da sociedade.
Foi nesse cenário que se intensificaram as discussões sobre direitos sociais, amparo legal e sistemas públicos de saúde e assistência social, tendo em vista a deterioração crescente da qualidade do cuidado prestado as pessoas idosas.
Entretanto, revisitar esse passado é fundamental. Ele nos recorda que o cuidado não emerge apenas de diretrizes ou serviços, mas, acima de tudo, de conexões sociais eemocionais. Ainda hoje, mesmo com o progresso da ciência, o afeto de umneto, a compreensão de um filho ou a solicitude de um vizinho podem impactar profundamente a vida de uma pessoa idosa.
O desafio atual reside em harmonizar tradição e modernidade, assegurar direitos, serviços de qualidade e específicos para a população idosa, sem negligenciar a vertente humana do cuidado que se originou, há tempos, no âmago da família e da coletividade.
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