Saúde

Casos de Influenza voltam a crescer no Brasil

Foi registrada a maior taxa de positividade desde junho

Escrito por Rubens Baracho

24 NOV 2025 - 16H00 (Atualizada em 24 NOV 2025 - 17H16)

Divulgação

A circulação do vírus Influenza voltou a subir no Brasil nas últimas semanas e acende um sinal de alerta às vésperas do verão. Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) mostram que a taxa de positividade chegou a 19,1%, o maior índice desde junho. A tendência de alta começou na semana epidemiológica 32, entre 3 e 9 de agosto, quando o indicador voltou a subir após um período de estabilidade.

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O último pico havia sido de 15,8%, reforçando o aumento recente da presença do vírus no país. A média móvel da última semana está em 14,2%, o que indica circulação sustentada.

Alta não significa casos mais graves

Segundo o patologista clínico Dr. Alex Galoro, líder do Comitê Técnico de Análises Clínicas da Abramed, o crescimento está relacionado principalmente à sazonalidade e à imunidade da população diante das cepas circulantes.

“É um comportamento típico dos vírus respiratórios. Fatores sazonais e imunidade populacional exercem grande influência na retomada da Influenza após um período de baixa”, explica.

Galoro reforça que o aumento da positividade não indica agravamento clínico:

“A taxa de positividade não permite avaliar aumento de casos sintomáticos; apenas mostra que, entre os testes realizados, há maior proporção de positivos — o que é típico da sazonalidade.”

Diagnóstico diferencial segue crucial

Com a circulação simultânea de diferentes vírus respiratórios, como Influenza e Covid-19, o especialista destaca que a testagem continua essencial para orientar condutas médicas e reduzir a transmissão.

“O diagnóstico diferencial entre Influenza e Covid-19 segue fundamental. A testagem permite maior assertividade nas medidas de precaução, no monitoramento do tempo de transmissão e na indicação de antivirais e sintomáticos”, afirma.

Entre as recomendações do especialista estão:

uso de máscara ou isolamento por sintomáticos e positivos;

vacinação atualizada, especialmente para grupos de risco;

testagem rápida para definir conduta clínica;

atenção dos laboratórios à demanda e fluxo interno.

Cenário para as próximas semanas ainda é incerto

De acordo com Galoro, a duração da circulação elevada depende de fatores climáticos e da imunidade populacional — incluindo a cobertura vacinal.

“Quando um vírus entra em circulação, permanece ativo por um período influenciado pela imunidade da população. Em geral, dura ao menos de 4 a 5 semanas, mas não é possível definir com precisão”, diz.

Monitoramento nacional

Os dados são analisados pela plataforma de inteligência METRICARE, desenvolvida pela Controllab em parceria com a Abramed. Os resultados também são enviados à Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS/DATASUS), contribuindo para o monitoramento epidemiológico do Ministério da Saúde.

A entidade reúne empresas responsáveis por mais de 85% dos exames realizados na saúde suplementar no país, o que torna os indicadores estratégicos para acompanhar a evolução das doenças respiratórias no fim da primavera e início do verão.

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Por Rubens Baracho, em Saúde

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