Por Laís Vieira Em Social

Luz, Câmera, Ação!

O apaixonado por cinema Francarelli Salomon lista os 10 melhores filmes do ano

A paixão pelo cinema pode facilmente ser percebida nos primeiros minutos de conversa. Francarelli Barbato Salomon é um cinéfilo que vê a sétima arte muito além da forma de lazer, mas que tem interesses em sua evolução e suas realizações. Francarelli presenteou os leitores do Portal Meon com uma lista dos Top 10 Filmes deste ano, porque nem só de tragédia passamos 2016.

Os 10 Mais de 2016

 

Nesta época é comum surgirem as famosas retrospectivas do ano, e como de praxe, eu não poderia deixar de elencar os melhores filmes lançados em 2016. Neste ano, as bilheterias americanas devem fechar com um valor recorde, já tendo ultrapassado a marca dos US$ 11 bilhões, valor 2,3% a mais do que em 2015. A Disney foi o estúdio que mais faturou no mercado, chegando a US$ 7 bilhões na bilheteria mundial, tendo produzido as 5 maiores do ano: Capitão América: Guerra Civil, Procurando Dory, Zootopia – Essa Cidade é o Bicho, Mogli – O Menino Lobo e Rogue One - Uma História Star Wars.

No retrospecto, foi um ano com muitas surpresas e frustrações; blockbusters que prometiam muito e decepcionaram, e pequenas pérolas que surpreenderam. A lista a seguir não está atrelada aos números acima, mas sim a minha opinião, somada à tríade: direção, roteiro e interpretação. Espero que gostem e que 2017 venha com mais produções de alto nível.

10º O Apartamento – Irã (Direção – Asgar Farhadi)

Emad e Rana são casados e encenam a montagem da peça teatral "A Morte de um Caixeiro Viajante", de Arthur Miller. Um dia, eles são surpreendidos com o alerta para que todos os moradores do prédio em que vivem deixem o local imediatamente, devido ao risco de desabamento. Diante deste problema, Emad e Rana passam a morar, provisoriamente, em um apartamento emprestado. É lá que Rana é surpreendida com a entrada de um estranho, causando-lhe um trauma que afeta cada vez mais suas vidas.

Indicado ao Globo de Ouro 2016 de melhor filme estrangeiro, o filme de Asgar Farhadi é mais uma obra prima em sua sólida filmografia. Mais contido na direção e com um discurso menos político do que os anteriores O Passado e A Separação, o cineasta é permanece um ótimo cronista.

9º O Quarto de Jack – EUA (Direção – Lenny Abrahamson)

Joy e seu filho Jack vivem isolados em um quarto. O único contato que ambos têm com o mundo exterior é a visita periódica do Velho Nick, que os mantém em cativeiro. Joy faz o possível para tornar suportável a vida no local, mas não vê a hora de deixá-lo. Para tanto, elabora um plano em que, com a ajuda do filho, poderá retornar à realidade.

Com uma direção competente de Lenny Abrahamson, que foi indicado ao Oscar de direção neste ano, a produção narra de forma lúdica o horror sofrido pelo pequeno Jack, brilhantemente interpretado por Jacob Tremblay. O que poderia ser uma narrativa dolorosa, torna-se um filme que prende a nossa atenção do começo ao fim.

8º Sully – O Herói do Rio Hudson – EUA (Direção – Clint Eastwood)

Logo após decolar do aeroporto de LaGuardia, em Nova York, uma revoada de pássaros atinge as turbinas do avião pilotado por Chesley "Sully" Sullenberger. Com o avião seriamente danificado Sully não vê outra alternativa senão fazer um pouso forçado em pleno rio Hudson. A iniciativa é bem sucedida, com todos os 150 passageiros a bordo sendo salvos. Tal situação logo transforma Sully em um grande herói nacional, o que não o isenta de enfrentar um rigoroso julgamento interno coordenado pela agência de regulação aérea nos Estados Unidos.

Com uma interpretação fantástica de Tom Hanks e uma direção primorosa do gênio Clint Eastwood, que oscila entre a reprodução do acidente, e os desdobramentos da sua investigação, ficamos envolvidos com uma história que todo mundo sabe como termina.

7º Filho de Saul – Hungria (Direção – László Nemes)

No campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial, Saul é um judeu obrigado a trabalhar para os nazistas, sendo um dos responsáveis em limpar as câmaras de gás após dezenas de outros judeus serem mortos. Em meio à tensão do momento e às dificuldades inerentes desta tarefa, ele reconhece entre os mortos o corpo de seu próprio filho.

O grande vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro deste ano é um ‘murro no estômago’. Com uma direção que combina audácia, reflexão e domínio técnico, o filme aborda de maneira visceral e claustrofóbica a paternidade no holocausto.

6º Rogue One – Uma História Star Wars – EUA (Direção – Gareth Edwards)

Ainda criança, Jyn Erso foi afastada de seu pai, Galen, devido à exigência do diretor Krennic para que ele trabalhasse na construção da arma mais poderosa do Império, a Estrela da Morte. Criada por Saw Gerrera, ela teve que aprender a sobreviver por conta própria ao completar 16 anos. Já adulta, Jyn é resgatada da prisão pela Aliança Rebelde, que deseja ter acesso a uma mensagem enviada por seu pai a Gerrera. Com a promessa de liberdade ao término da missão, ela aceita trabalhar ao lado do capitão Cassian Andor e do robô K-2SO.

O primeiro spin-off da série Star Wars trouxe de volta toda a nostalgia que a saga original tinha. Além disso, tem uma protagonista forte e carismática, na que é, até o momento, a aventura mais sombria e cheia de ação do universo Star Wars.

5º O Regresso – EUA (Direção – Alejandro Gonzáles Iñárritu)

Em 1822, o expedicionário Hugh Glass parte para o oeste americano disposto a ganhar dinheiro caçando. Atacado por um urso, fica seriamente ferido e é abandonado à própria sorte pelo parceiro John Fitzgerald, que ainda rouba seus pertences. Entretanto, mesmo com toda adversidade, Glass consegue sobreviver e inicia uma árdua jornada em busca de vingança.

O filme que finalmente deu o merecido Oscar de melhor ator para Leonardo Dicaprio, que tem uma magnífica interpretação, é uma experiência sensorial única, com longos planos sequência e de uma qualidade técnica irretocável.

4º Spotlight – Segredos Revelados– EUA (Direção – Tom McCarthy)

Baseado em uma história real, a produção mostra um grupo de jornalistas em Boston que reúne milhares de documentos capazes de provar diversos casos de abuso de crianças, causados por padres católicos. Durante anos, líderes religiosos ocultaram o caso transferindo os padres de região, ao invés de puni-los pelo caso.

O filme mais premiado do ano, tendo inclusive ganhado o Oscar de melhor filme de 2016, se alicerça na tanto na própria história, quanto na intepretação de todo o elenco. No ritmo de um bom thriller, a história não transforma os jornalistas em heróis, mas simplesmente os retrata fazendo o que sabem melhor: trabalharem.

3º Elle –França (Direção – Paul Verhoeven)

Michèle é a executiva-chefe de uma empresa de videogames, a qual administra do mesmo jeito que administra sua vida amorosa e sentimental: com mão de ferro, organizando tudo de maneira precisa e ordenada. Sua rotina é quebrada quando ela é atacada por um desconhecido, dentro de sua própria casa. No entanto, ela decide não deixar que isso a abale. O problema é que o agressor misterioso ainda não desistiu dela.

Misturando thriller psicológico e uma farsa sexual provocante, o filme marca o retorno de Paul Verhoeven às produções de alto nível. Isso sem falar em Isabelle Huppert, em uma de suas melhores atuações de sua carreira.

2º A Chegada – EUA (Direção – Denis Villeneuve)

Quando alienígenas deixam marcas na Terra, a Dra. Louise Banks, uma linguista especialista no assunto, é procurada por militares para traduzir os sinais e desvendar se eles representam uma ameaça ou não. No entanto, a resposta para todas as perguntas e mistérios pode ameaçar a vida de Louise e a existência de toda a humanidade.

Protagonizado pela maravilhosa Amy Adams e dirigido por Denis Villeneuve, um dos melhores diretores de sua geração, o filme é uma ficção científica ‘cabeça’, no estilo de Solaris, Contato e Interestelar, e nos oferece algo totalmente diferente do gênero, com uma história repleta de sensibilidade e reflexões sobre a natureza de nossa existência.

1º A Juventude – Itália (Direção - Paolo Sorrentino)

Fred e Mick, dois velhos amigos com quase 80 anos de idade cada, estão passando as férias em um luxuoso hotel. Fred é um compositor e maestro aposentado e Mick é um cineasta em atividade. Juntos, os dois passam a se recordar de suas paixões da infância e juventude. Enquanto Mick luta para finalizar o roteiro daquele que ele acha que será seu último grande filme, Fred não tem a mínima vontade de voltar à música. Entretanto, muita coisa pode mudar. 

Um dos filmes mais sensíveis, sarcásticos e emocionantes dos últimos anos. Com belíssimas imagens e uma tocante trilha sonora, é uma obra de arte que analisa com ternura e piedade a velhice de certos artistas que passam por problemas na terceira idade.

Seja o primeiro a comentar

Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.

0

Boleto

Reportar erro!

Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:

Por Laís Vieira, em Social

Obs.: Link e título da página são enviados automaticamente.