Com a concretização do acordo, Boeing ficará com 80% da divisão de jatos comerciais da Embraer
Arquivo/Divulgação/David Branco Filho/EMB
O acordo entre a Embraer e a Boeing poderá ser alvo de uma investigação da União Europeia por suspeita de práticas anticompetitivas. Uma análise preliminar da transação deve ser concluída até o próximo dia 4 de outubro, podendo gerar um processo investigativo com duração de até cinco meses. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (23) pela agência Reuters.
As ações da Embraer abriram em queda nesta terça-feira devido à iminente investigação.
A Boeing formalizou o acordo para aquisição de 80% da divisão comercial da Embraer por US$ 4,75 bilhões em janeiro deste ano. A concretização do negócio ainda depende da aprovação dos órgãos reguladores nacionais e internacionais, prevista para ocorrer até o final deste ano.
Segundo a reportagem da Reuters, a Comissão Europeia teria recentemente questionado fornecedores e rivais sobre o negócio entre as duas empresas, indicando preocupações com a concentração no mercado. Os questionamentos teriam sido sobre o impacto do número reduzido de fabricantes, de sete para seis como um todo e de três para dois em segmentos específicos.
A aquisição do controle da divisão de jatos comerciais da Embraer fortaleceria a Boeing na competição do segmento de aviões com preços menores, principalmente na concorrência com os jatos CSeries, fabricados pela canadense Bombardier com apoio da europeia Airbus. Além disso, a Boeing também ficaria preparada para concorrer com companhias da China, Rússia e Japão, que vêm crescendo no setor.
Analistas de aviação dizem que há sobreposição no número de assentos entre a família 737 da Boeing e os jatos E2 da Embraer, porém ela é apenas limitada, enquanto há um pouco mais de sobreposição entre o portfólio da Airbus e o programa CSeries da Bombardier.
À reportagem da Reuters, a Boeing informou que trabalha no processo de aprovação do acordo pelas autoridades reguladoras.
Contatada pelo Meon, a Embraer não se manifestou, até a manhã desta terça-feira (24) sobre a possibilidade de a União Europeia iniciar uma investigação.
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