Por Marcus Alvarenga Em RMVale

DIG divulga áudios de whattsapp dos envolvidos na morte de Jaqueline

Um áudio de Jaqueline mostra sua apreensão momentos antes do crime

Divisão de Homicídios da DIG em loja onde jovem morreu em são josé (dig)

Jaqueline foi morta no fim do expediente em uma loja de alto padrão

Divulgação/DIG

A Polícia Civil divulgou trechos de áudios trocados pelo whattsapp entre o autor e outros envolvidos no homicídio de Jaqueline Barros Vanderlei, ocorrido no dia 8 de maio. Os áudios integram um vídeo elaborado sobre o caso e que foi compartilhado pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais), em sua página no Facebook. 

Os trechos divulgados pela polícia mostram conversas confirmando o envolvimento de Corola no crime, que foi o autor dos disparos, e traz alguns detalhes da negociação. Em um dos áudios, a prima da namorada do autor do crime acerta a participação do grupo e o valor que receberiam pelo serviço. Além disso, também tem um áudio de Jaqueline, enviado minutos antes do crime, após ela ter visto o ex-marido passando na frente da loja em que trabalhava.

Com autorização judicial, as provas foram colhidas após uma perícia minuciosa feita pela polícia nos telefones celulares de Jaqueline e dos três presos.

No celular da prima da namorada do autor do crime, presa em Campos do Jordão, foi encontrado um trecho em que corola busca informações para confirmar o serviço a ser realizado, que seria a execução de Jaqueline.

“Ow. Bom dia! É o Corola aqui pô. E ai, tudo tranquilo, suave, na paz? E a aquela parada lá?! Como que é?! Manda um retorno pra mim ai mano. Vai dar minha parte “memo” ai, amanhã to encostando ai “pá nóis” resolver a parada aí, tendeu?!”, diz o autor no áudio. Ouça abaixo:

De acordo com o chefe da investigação, Alexandre Silva, quando a equipe teve acesso às conversas já tinha um contexto do crime e os diálogos apenas confirmaram os fatos. “No áudio eles deixam claro essa questão de ir buscá-los em Campos do Jordão e também do pagamento para a execução do crime”, diz.

Outro trecho divulgado é da prima da namorada do autor, questionando o casal sobre a participação para poder confirmar o horário com o ex-marido da vítima, que foi quem buscou os suspeitos em Campos do Jordão, para a realização do crime, e depois levou embora.

"É essa fita mesmo, é sete mil reais para você fazer esse serviço. Aí é só vocês me passar o horário e a certeza pra ele poder vir buscar a gente. Que daí ele vem buscar, ele vem trazer. “E eu preciso dar certeza, porque daí é na segunda-feira que ele vem”, disse em áudio. Ouça abaixo:

 O terceiro áudio, indica o momento em que o autor do homicídio, Corola, chega próximo à casa da prima da sua namorada e avisa que já estão aguardando a chegada de quem iria buscá-los. Ele se referia ao médico, ex-marido da vítima.

"O Jéssica, eu to aqui em baixo da sua casa, tendeu? Acabei de chegar aqui. Eu e a Ana Claúdia, tendeu? To subindo o escadão aqui do barracão mano. Vem trombar nós aqui então, se mora aqui mesmo, pô?

 

Participação do ex-marido

Mas foi o último áudio, o mais revelador. Afinal, deu aos investigadores da DIG a certeza da participação do ex-marido da vítima no crime. Na gravação, a voz da própria Jaqueline, em uma conversa de whatsapp, fala que o antigo companheiro teria passado na frente da loja onde ela trabalhava, poucos minutos antes do crime. Ela mostra bastante apreensão.

“Sabem quem acabou de passar aqui na frente da loja andando? O [ex-marido]. Eu não vi ele me vendo, mas acho que ele me viu porque eu estava bem na porta e dali, da esquina até a porta, ele deve ter me visto. Eu vi ele só na hora que ele passou pela porta, aí eu vi que era ele. To em choque, eu já te explico. As pernas até ficaram bambas”. Ouça abaixo:

 

Entenda o caso

Jaqueline Barros Vanderlei, 28 anos, foi morta no dia 8 de maio com dois tiros no rosto por um homem dentro da loja de móveis em que trabalhava, na avenida São João. O suspeito teve o seu retratado falado divulgado pela Polícia Civil.

Na segunda-feira, 15 de maio, foi expedida a prisão preventiva uma das mulheres que aparecem nas gravações de câmeras de segurança da região, minutos antes do crime. Ela foi detida em Campos do Jordão e teria confessado a participação e apontado o envolvimento de outros suspeitos.

Na noite de terça, o ex-marido de Jaqueline foi preso na zona oeste de São José dos Campos e encaminhado para a cadeia de Caçapava. Sua atual namorada foi encontrada na casa de um familiar, em Pindamonhangaba, e levada para a cadeia de Santa Branca.

Após conclusão do inquérito, a Polícia Civil fez o pedido da prisão preventiva de quatro envolvidos: o ex-marido de Jaqueline, sua atual namorada, o atirador (conhecido como Corola) e a namorada.

As equipes policiais de São Paulo e de Curitiba seguem em busca de Corola e da namorada, além disso equipes da Polícia Federal de todo o país acompanham o caso e procuram pelo casal foragido. Os cinco envolvidos no crime já tiveram a prisão preventiva decretada, no final de junho. Três já estão presos.

 

Defesa

O advogado do ex-marido de Jaqueline, Cristiano Jhoukadar, disse ao Meon, no dia 17 de maio, dia seguinte à prisão do médico, que seu cliente "não tinha nenhum contato" com Jaqueline. Na data, Joukhadar contestou a versão dos investigadores sobre o crime e acusou a Polícia Civil de ignorar supostas ameaças sofridas pelo seu cliente.

No final do mês passado, Jhoukadar renunciou ao caso e não defende mais o médico. O Meon tentou informações e o contato do novo advogado, mas não conseguiu.

 

*colaboração da Investigação Ponto 40 com áudios e vídeos

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