Por Renan Rezende Em Opinião

Brasil é Top 10 no Miss Universo

miss universo 2017

Monalisa superou expectativas e ficou no top 10

Divulgação

Ocorreu na noite do último domingo de novembro(26), às 22h horário de Brasília, o concurso de Miss Universo, realizado no Planet Hollywood Resort & Casino, em Las Vegas, mesmo local do certame nos anos de 2012 e 2015. E para a alegria e surpresa de muitos, Monalysa Alcântara surpreendeu e terminou sua participação entre as 10 semifinalistas.

A grande vencedora veio da África do Sul. O país conquistou a coroa pela segunda vez após 39 anos. Demi-Leigh Nel-Peters foi impecável do início ao fim. A nova Miss Universo era a queridinha da organização do concurso, a empresa de talentos californiana WME-IMG. A candidata já havia chegado como uma das grandes favoritas devido a excepcional beleza e personalidade. É uma moça extremamente comercial, que sabe vender o produto, e possuiu grande empatia na hora de se comunicar. Além de saber muito bem como explorar os melhores ângulos de rosto e corpo, tendo grande afinidade com a câmera. Ou seja, o pacote completo do novo formato que se espera de uma representante universal. Além disso, é envolvida em causas sociais em seu país. Durante o período de confinamento, a sul-africana participou de um ensaio de biquíni restrito a poucas candidatas. Também protagonizou um vídeo onde ela e as misses do Egito, Grã-Bretanha, Índia e Barbados discutem sobre abuso sexual, e esse vídeo foi transmitido duas vezes durante a exibição do certame.

Mesmo favorita, a única ressalva que tinham da sul-africana era quanto sua altura. Ela tem 1,70 m, sendo umas das competidoras mais baixas do concurso. Isso prova que os padrões considerados tão importantes anteriormente estão sendo quebrados, e o que importa realmente é o conjunto da obra que a miss traz, tanto em relação a beleza quanto em personalidade e representatividade social. Isso faz lembrar o Miss Brasil deste ano, onde a candidata do Espírito Santo, Stephany Pim, apresentava todas essas características. Sem dúvida a mais preparada do concurso, com grande oratória, inglês fluente e uma beleza exótica, mas criticada pela altura em relação as demais. É um grande exemplo para a organização do Miss Brasil levar em conta no ano que vem.

Não venho por meio deste parágrafo desmerecer Monalysa de maneira nenhuma. Apenas aproveito o ocorrido para exemplificar um dos temas de discussão que sempre está em voga quando o assunto é concurso de beleza. Monalysa mereceu e muito o título nacional!

As misses da Colômbia e Jamaica ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Laura González trouxe a força da mulher latina à final e abusou de caras e bocas, convencendo os jurados com a forte passarela. Durante o show, ela relevou ter sofrido bullying quando criança porque era acima do peso. Um fato interessante é que a Colômbia chegou pela quarta vez consecutiva ao Top 3 do Miss Universo. Já dizem que o país é a nova Venezuela do concurso, e as representantes estão se tornando de fato imbatíveis. Já a jamaicana Davina Bennett, de um rosto impecavelmente bonito, conquistou o público mostrando força e simpatia. Teve uma excelente oratória, revelando ser uma mulher de garra e com fortes princípios. Ela é fundadora de uma organização que colabora com a inclusão social de deficientes auditivos.

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Miss universo é da África do Sul

Divulgação

O restante do Top 5 foi formado por Venezuela e Tailândia. Esta última também franca favorita de muitos especialistas do mundo miss. Para mim, a tailandesa só não entrou para as três finalistas porque a resposta dela para as perguntas finais foi a mais fraca. Questionada sobre qual ação social atualmente era a mais importante no mundo, a miss respondeu com uma certa demora que era a juventude, que os jovens eram responsáveis pelo futuro. Óbvio, não? No geral, porém, as cinco finalistas responderam com segurança e nenhuma se mostrou nervosa ou insegura, mostrando que as competidoras estão sendo melhor preparadas para o que é considerado o momento mais difícil da competição.

As perguntas giraram em torno de assuntos que iam do papel da mulher no mercado de trabalho, abuso sexual e até terrorismo. Isso mostra que de fato a nova organização do Miss Universo não está em busca de beleza apenas (embora a mais bonita sempre vença), mas também de atitude e de mulheres que pratiquem ativamente um papel social em seu país. Fato que com certeza colocou Monalysa entre as 16 classificadas da noite, pois a miss é co-fundadora de um grupo que apoia jovens que não se sentem confortáveis ou que já sofreram qualquer tipo de descriminação em detrimento de etnia, sexualidade, classe social etc.

VAMOS ENTÃO FALAR DE MONALYSA

O resultado dela, antes de mais nada, é extremamente importante para o Brasil, e foi tema de meu artigo publicado aqui no Meon logo após o Miss Brasil. É a sétima vez consecutiva que o país se classifica entre as semifinalistas, e desde de 2013 que não vemos uma miss brasileira alcançar o Top 10.

Monalysa vinha sofrendo uma série de críticas dos fãs do concurso. Havia quem achasse a brasileira “fraca”, sem personalidade e sem beleza de uma miss. Com apenas 18 anos, a piauiense não era unânime entre missólogos ao fazerem suas apostas sobre quais seriam as classificadas da noite. Mas a representante brasileira não só deu a volta por cima, como conquistou um lugar entre as grandes num concurso extremamente disputado como foi este ano, desbancando fortes concorrentes como México, Peru, Indonésia, Rússia e França.

A dúvida sobre o avanço de Monalysa na competição aumentou e muito quando foi anunciada uma nova regra de classificação do Miss Universo. As misses seriam eleitas de acordo com a região global a qual pertenciam, sendo quatro escolhidas por cada região, divididas em três partes: Américas (Norte, Central e Sul), Europa e África-Ásia-Oceania. Quatro candidatas vezes três regiões dava um total de 12 eleitas. As outras quatro seriam escolhidas aleatoriamente pelo júri, independente da região, sendo uma delas classificada pelo voto popular.

Essa regra surpreendeu negativamente a todos por ser extremamente injusta! Não seriam eleitas necessariamente as mais bonitas e preparadas para integrar o Top 16, mas impunha uma restrição por região global que deixaria de fora competidoras que mereciam a vaga. E foi de fato o que aconteceu. No caso das Américas então, nós que acompanhamos o concurso entramos em pânico ao saber que tantas candidatas excelentes, como o caso da Monalysa, poderiam ficar de fora por haver apenas quatro vagas entre mais de trinta países. É um fato que as Américas, em geral as latinas, sempre são as mais preparadas para concorrer a coroa, e todos os anos trazem candidatas fortíssimas.

E como Miss Universo é um caixinha de surpresas, misses que jamais configurariam entre as favoritas foram classificadas devido a este novo formato: Croácia, Gana, China e Irlanda compuseram o grupo das famosas “zebras”. 

Mas o importante é que deu Brasil! Após Colômbia e Estados Unidos, Monalysa Alcântara foi anunciada como umas das quatro finalistas americanas.

Para a minha surpresa, ao ser chamada pelo apresentador Steve Harvey, a brasileira respondeu a primeira pergunta em inglês! Steve perguntou por que Monalysa já havia sido careca (essa nem eu sabia!), e a moça respondeu que todos somos bonitos de qualquer maneira e, brincando com o apresentador, disse que ele também era bonito por ser careca.

Na etapa seguinte, a de traje de banho, nossa miss fez um dos melhores desfiles da noite, deixando os comentaristas do programa boquiabertos. Monalysa sempre teve uma excelente passarela, é seu ponto forte. A moça trouxe, como sempre, segurança, simpatia e excelente desenvoltura, o que fez com que a classificação para o Top 10 fosse certeira.

Na etapa do traje de gala, porém, a brasileira não fez boa apresentação. Em algum momento do desfile (o qual não deu para notar, pois não foi filmando) o vestido atrapalhou a evolução de Monalysa, que foi enquadrada pela câmera no momento em que faz uma expressão que revelava alguma indisposição, seguida por um gesto que parecia dizer: “está tudo bem, eu consigo continuar”. Mesmo assim, terminou o desfile com elegância e muita beleza, mostrando toda sua competência na passarela.

Embora os “haters” deram o que falar, o apoio à nossa Miss Brasil era ainda maior. Pela votação popular que aconteceu pelo Twitter entre os dias 20 e 25/11, nosso país alcançou o quarto lugar geral, ficando atrás apenas dos fanáticos asiáticos da Tailândia, Filipinas e Indonésia. As mensagens de carinho lotavam o Instagram da candidata, e até um vídeo com fãs apresentando a hashtag #MonaMu (da campanha criada pela organização do Miss Brasil) circulou pela internet e chegou às mãos de Monalysa. Ela tinha tudo o que era necessário para a classificação, sem dúvida, e surpreendeu ao mundo ao atingir o Top 10.

Agora chegamos ao fim de mais um ciclo do mundo da beleza e já aguardamos aos estaduais do ano que vem. Não tenho dúvidas que o Brasil continuará a enviar ao Miss Universo fortíssimas candidatas, e que nossa hegemonia no Top do concurso se estenderá por muitos anos. Nosso país é uma fábrica de gente bonita. O Miss São Paulo sempre é realizado em meados de março ou abril, então novas candidatas dos municípios paulistas já devem começar a aparecer no início do ano que vem. Vamos torcer para a coroa vir de uma das representantes do Vale do Paraíba ou Litoral Norte. Até lá, um feliz e belo Ano Novo a todos os leitores do MEON!

Confira a classificação geral do Miss Universo 2017:

Miss Universo: Demi-Leigh Nel-Peters – África do Sul

2º Lugar: Laura González Ospina – Colômbia

3º Lugar: Davina Bennett – Jamaica

 

Top 5

Maria Poonlertlarp – Tailândia

Keysi Sayago – Venezuela

 

Top 10

Monalysa Alcantara – Brasil

Lauren Howe – Canadá

Sofia del Prado – Espanha

Kára McCullough – Estados Unidos

Rachel Peters – Filipinas

 

Top 16

Roxette Qiu – China

Shanaelle Liana Petty – Croácia

Ruth Quashie – Gana

Anna Burdzy – Grã-Bretanha

Cailín Áine Ní Toibín – Irlanda

Christina Peiris – Sri Lanka

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