O crescimento de 1,4% do faturamento do setor de máquinas e equipamentos em junho em relação a maio deste ano representa apenas uma pequena "flutuação" e não reflete a tendência do setor, de fechar 2014 em queda no faturamento.
A avaliação é do diretor do Departamento de Competitividade, Economia e Estatística da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mário Bernardini, ao comentar, nesta quarta-feira, 30, os resultados mensais e semestral do setor. Segundo ele, a previsão da entidade é de recuo em torno de 12% no faturamento neste ano, podendo chegar a 13% ou 14%.
O diretor explica que essa tendência de queda no faturamento do setor de bens de capital em mais um ano pode ser observada pelo resultado acumulado do semestre, que totalizou R$ 34,908 bilhões, 13% inferior ao mesmo período do ano passado.
Ele destaca que esse recuo também é indicado pelo próprio faturamento dos últimos três meses, que se apresentou em relativa estabilidade, com patamar "bem mais baixo" (16,1%) do que a média do setor observada pela entidade. Ele lembra que essa queda no faturamento já vem sendo observada desde a passagem de 2012 para 2013.
"Vamos passar um ano bem apertados", declarou Bernardini, dizendo acreditar que o setor só tem condições de voltar a crescer no segundo semestre de 2015. O diretor afirmou que isso será possível em razão dos ajustes que o novo presidente, "independentemente de quem ganhe a eleição", vai ter que fazer para que os investimentos no País voltem a aumentar.
"O ajuste no câmbio e nos preços administrados são inevitáveis, seja qual for o governo", defendeu. Ele comentou que a Abimaq, que é apartidária, tem se reunido com os principais candidatos à Presidência para apresentar as demandas do setor para o próximo ano.
Ao comentar o crescimento das exportações no primeiro semestre deste ano, Bernardi ressaltou que essa alta se deu principalmente pelo aumento das exportações para os Estados Unidos, que tiveram a maior variação (54,1%) em relação a 2013, seguido pela Europa (28,3%).
De acordo com ele, esse crescimento é consequência direta do aumento da demanda no mercado americano, que tem tido melhor desempenho após a crise de 2008. O diretor acrescentou ainda que parte razoável desse aumento está ligada a exportações "intercompanies", insensíveis ao câmbio no curto prazo.
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