O Brasil e outros mercados emergentes, como a África do Sul, precisam de "reformas ambiciosas" para voltar a estimular os empresários a investirem e a economia a crescer mais, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. "Em um número de países, como o Brasil e a África do Sul, a taxa de investimento é muito baixa, claramente devido a impedimentos estruturais", disse ele, em entrevista à imprensa nesta quinta-feira, 24.
Sobre o Brasil, o diretor do departamento para o Hemisfério Ocidental do FMI, Gian Maria Milesi-Ferretti, destacou na entrevista que o investimento tem sido muito fraco e a pressão inflacionária alta, o que levou o Banco Central a elevar os juros em mais de 3 pontos porcentuais. "Isso, evidentemente, tem impacto na demanda", disse. Para o economista, o "espírito animal" dos empresários brasileiros "não está operando muito bem", como pode ser visto pelos níveis baixos de confiança dos agentes.
A baixa confiança dos empresários brasileiros e os fracos números do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre levaram o FMI, destacou o diretor, a reduzir as projeções de crescimento para este ano do País. A expectativa agora é que o Brasil cresça 1,3%, uma das menores taxas entre os maiores países emergentes.
Falando da necessidade de reformas nos emergentes, Blanchard destacou o México como exemplo de um país que tem conseguido fazer reformas relevantes. Mesmo assim, a previsão de crescimento para a economia mexicana foi reduzida pelo FMI, por conta da desaceleração da expansão nos Estados Unidos em 2014.
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