A baixa firme do dólar no Brasil, somada à queda dos yields (retorno) dos Treasuries (títulos dos EUA) em Nova York e à nova defesa do ajuste fiscal pela presidente Dilma Rousseff, acabou definindo nesta sexta-feira, 20, o recuo das taxas dos contratos futuros de juros em toda a curva a termo.
O contrato de DI com vencimento em julho de 2015 projetava 13,080% no fim da sessão regular, de 13,120% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2016 apontava 13,69%, ante 13,77%; o DI para janeiro de 2017 marcava 13,55%, ante 13,65% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 13,10%, de 13,21%. O dólar à vista de balcão cedeu 1,76%, aos R$ 3,2370.
Desde cedo, as taxas eram influenciadas pelo movimento do dólar, que, apesar de bastante volátil na primeira metade dos negócios, firmou-se em baixa com o exterior e em meio à realização de lucros (venda de moeda) no Brasil. No exterior, aliás, o viés era claramente de busca por ativos de maior risco, o que pesava sobre o dólar, com os mercados enxergando um futuro menos nebuloso para a Grécia. Hoje, o país pagou uma parcela de 340 milhões de euros de um empréstimo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o primeiro-ministro Alexis Tsipras afirmou que a "Grécia sai mais otimista do encontro" com líderes europeus. A Alemanha ainda é um obstáculo, sendo que a chanceler Angela Merkel aguarda uma lista de reformas da Grécia para a próxima semana, mas já se mostrou aberta à possibilidade de desembolsos antecipados para Atenas.
Os yields dos Treasuries recuavam, repercutindo ainda o comunicado da última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Para os investidores, o documento trouxe indicações de que o aumento de juros nos Estados Unidos não está tão próximo.
Comentários da presidente Dilma Rousseff, no Rio Grande do Sul, também fizeram preço na renda fixa. Entre outras coisas, ela voltou a defender os ajustes fiscais e citou que o Orçamento da União foi aprovado e, "assim que sancionado, vamos fazer contingenciamento". Dilma destacou ainda que as flutuações cambiais não quebram o País - ao contrário do que ocorria no passado - e que quanto mais rápido o ajuste for feito, mais rapidamente o País sairá da situação de restrição.
À tarde, houve certa desaceleração da baixa das cotações do dólar, em um movimento considerado normal pelo mercado. Esta desaceleração, aliás, impactou as taxas dos contratos futuros de juros, que também passaram a cair menos. Ainda assim, o resultado final foi de recuo de prêmios.
Em segundo plano, ficou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), de 1,24% em março, em linha com a mediana projetada pelo mercado. O indicador, porém, gerou leituras diversas em relação à pressão inflacionária à frente. Alguns analistas dizem que os 7,90% do IPCA-15 acumulado em 12 meses representam o pico da inflação este ano, com a taxa tendendo a desacelerar a partir de agora. Outros profissionais ainda visualizam uma aceleração dos preços.
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