Os 50 anos de carreira de um dos maiores intérpretes da música brasileira e os 60 anos de um movimento cultural que marcou o país. O impacto da ação humana no meio ambiente. A origem e a ancestralidade africanas do Brasil.
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Adolescentes que cumprem medida em centros da Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente (CASA) no Vale do Paraíba e Litoral Norte se aprofundaram nesses temas nas exposições que conferiram gratuitamente durante as visitas a museus da capital paulista nos últimos 15 dias.
O roteiro foi eclético. Dois jovens da Fundação CASA Tamoios, de São José dos Campos, visitaram as exposições “Ney Matogrosso” e “Jovem Guarda: 60 anos” no Museu da Imagem e do Som (MIS) na última semana.
Outros dois adolescentes da Fundação CASA Atibaia refletiram durante a visita à exposição “Ainda não é o fim do Mundo”, no Paço das Artes no dia 1º de abril. E mais dois jovens da Fundação CASA Caraguatatuba se enveredaram pelo acervo da cultura africana e afro-brasileira do Museu Afro Brasil Emanoel Araújo na visita do dia 28 de março.
Essas visitações são parcerias que a Fundação CASA mantém com as equipes educativas desses equipamentos culturais, como forma de fomentar o acesso à cultura aos jovens que cumprem medida socioeducativa em regime fechado. Todas as saídas pedagógicas foram autorizadas pelo Poder Judiciário.
No MIS, os adolescentes se encantaram com a mostra que celebra os 50 anos de carreira de Ney Matogrosso, um cantor que desafiou as convenções sociais nos anos de 1970 e marcou gerações com a sua originalidade.
“Os jovens puderam perceber como Ney utilizou a arte como forma de expressão, enfrentando preconceitos e lutando por liberdade, o que despertou reflexões importantes sobre identidade, resistência e diversidade, avalia o diretor interino da Fundação CASA Tamoios, Alessandro Muniz.
Já na exposição sobre a Jovem Guarda, os adolescentes ouviram músicas da época e acessaram objetos, vídeos, figurinos e registros raros de cantores como Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, observando como o movimento cultural influenciou a juventude dos anos de 1960.
Na exposição “Ainda não é o fim do Mundo”, no Paço das Artes, durante a visita monitorada, os dois jovens da Fundação CASA Atibaia viram fotos, pinturas e muitos outros elementos artísticos que refletem sobre como o ser humano, na ânsia do projeto do progresso a qualquer custo, está causando danos ao meio ambiente. Em contrapartida, os jovens vivenciaram como a mostra também discute os meios possíveis de reconexão entre o ser humano e a natureza, a importância de cuidar melhor do meio ambiente e a contribuição da tecnologia nesse passo evolutivo.
Já os dois adolescentes da Fundação CASA Caraguatatuba levaram de volta consigo e para o centro de atendimento os aprendizados que tiveram ao conhecer o acervo do Museu Afro Brasil, localizado no Parque do Ibirapuera. Ao ver pinturas, esculturas, objetos e tantos outros elementos que compõem, em sua maioria, a coleção do artista Emanoel Araujo, os jovens aprofundaram os ensinamentos sobre a trajetória africana e dos negros no Brasil, refletindo sobre questões como identidade, pertencimento e inclusão, além da diversidade cultural brasileira.
Para a presidente da Fundação CASA, Claudia Carletto, o acesso desses adolescentes à cultura tem potencial transformador. “Quando os servidores levam os jovens aos museus, percebem o quanto a experiência é impactante para eles, pois a maioria nunca tinha acessado esse tipo de equipamento cultural antes de cumprir medida socioeducativa. Por vezes, até achavam que não tinham direito à cultura”, afirma a presidente.
A Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente garantem o acesso à cultura, dentre outros direitos, a pessoas com até 18 anos de idade.
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