Por Renan Simão Em Cultura

O hip hop sobrevive: conheça colecionador de boomboxes de Jacareí

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Fred Collors coleciona mais de 70 rádios portáteis

Divulgação/Circuito de Arte Urbana

Quem vê o grafiteiro jacareiense Mr. Fred, 29 anos, levar um rádio nos ombros para dançar breakdance não imagina que ele tem mais 70 desses. O jovem conheceu esse aparelho, o boombox, símbolo da cultura hip hop, aos 17 anos.

O boombox é um grande rádio portátil que surgiu nos anos 1970 e 1980, até antes do walkman. Com ele você podia deixar levar o som das ondas de rádio ou das fitas K-7 para escutar por onde andasse. Foi com ele que os primeiros grupos de breakdance e rap se reuniam para escutar músicas do Sugarhill Gang, Public Enemy, Run DMC e tantos outros.

"Eu escutava muito Run DMC com o meu primeiro boombox, o Polyvox", conta Mr. Fred, por telefone. "Na época, fazia dança de salão, o breakdance, e peguei o gosto pelo rádio, vi um brechozinho paguei uns R$ 200 e nunca mais larguei". Fred diz que, para época, o preço do boombox foi salgado, mas o boombox "funciona até hoje".

Todos os boomboxes funcionam a pilha. São oito pilhas para serem gastas de 4h a 5h de som alto e gasta-se R$ 10 por uma pilha. Faça as contas e entenda porquê Fred adaptou uma bateria de moto de 12 V a um de seus aparelhos. 

"Prefiro o rádio do que uma caixa ou amplificador porque parece que esses novos aparelhos são muito descartáveis, passa um tempinho e quebra, mas tem rádio meu de 40, 50 anos de idade que está inteirão", diz.

O acervo de rádios portáteis fica na Collors Crew, a sede do coletivo de grafite de Mr. Fred, que já está acostumado a expor a sua coleção para adultos e crianças que nunca viram aquele aparelho de som na vida.

"A gente leva muito para as escolas para a molecada ver e parece que é uma parada de outro mundo para eles. Quando coloca a fita para tocar eles falam 'mas isso foi lançado agora?'", diverte-se Fred, com uma risada de quem já escutou muito som nos ombros dando um rolê pela cidade.

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