Cabo Polônio: Clima 'hype' em cenários agrestes
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Uma fica ao lado da outra, separadas por dunas, em um percurso de 7 quilômetros que podem ser percorridos a pé em 2 horas, sobre as montanhas de areia, ou beirando o mar. As vizinhas Barra de Valizas e Cabo Polônio, no Departamento de Rocha, são agrestes e cheias de personalidade.
Caminhar, no entanto, não é a única maneira de se locomover entre uma e outra. De Valizas, é possível ir de ônibus até a entrada de Cabo Polônio e seguir no caminhão 4x4 que leva os visitantes até o vilarejo (170 pesos ou R$ 16, ida e volta). Carros são proibidos, não há eletricidade, iluminação, ruas. Polônio é uma vila oceânica autossustentável, um pedacinho do paraíso para quem quer fugir do caos da metrópole.
Apesar da paisagem entre Cabo Polônio e Valizas ser quase a mesma, Polônio é mais selvagem. O povoado, contudo, deixou de ser hippie para se tornar hype. Os primeiros habitantes que chegaram à vila construíram suas casas de forma totalmente irregular, sem considerar ruas, quarteirões e divisões de terra. Hoje, o que se vê é um local elitizado, principalmente na área onde ficam as casas mais novas. Os preços estão inflacionados e as duas únicas pousadas com alguma estrutura são mais caras que hotéis de luxo em Montevidéu.
Com 400 habitantes, Valizas é um povoado simples, com predominância de jovens casais que criam seus filhos pequenos e cachorros em meio à natureza e no contato direto com a terra e a água. Essa pureza recarrega as energias de qualquer visitante. O mar é agitado e, no fim da tarde, o vento sopra com força.
A rua principal é a Aladino Veiga, e o movimento se concentra na plazoleta do balneário. Mas já adianto: se não gosta de festa, barulho e agito, essa não é a sua praia. Vá para Aguas Dulces, a poucos quilômetros dali, com clima bem familiar.
Preferi me hospedar em Valizas e ir a Cabo Polônio de caminhão para observar os leões-marinhos que se banham nas pedras, ao lado dos turistas. Além, claro, de curtir a paisagem e visitar lojinhas.
Um alerta: tanto Valizas como Cabo Polônio sofrem o ano todo com tormentas que podem deixar os vilarejos incomunicáveis. Desci na rodoviária - uma salinha com um banco e dois ou três ônibus - no momento em que a chuva dera uma trégua. Deu tempo de tomar um banho quente: o temporal recomeçou e foi-se a energia. No dia seguinte, era como se nada tivesse acontecido: o céu estava limpo e o sol brilhava forte.
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