Muitos retratos fotográficos são apreciados e carregam visões belas da natureza, artes urbanas e de pessoas. Entretanto, também há uma outra percepção da fotografia, conceituada pela captação de uma realidade sombria, marginalizada, mascarada e ocultada por uma sociedade baseada em classes hierárquicas.
Aliás, a reflexão acerca da desigualdade social fora da bolha de vida de uma pessoa, se dá através da visão de uma realidade oposta à sua e essa, por sua vez, pode ser colocada à vista com uma fotografia crítica e acentuada. O contraste segregado entre pessoas em situação de abandono, e a avançada disposição tecnológica no mesmo espaço, apenas classifica o quão é dissimulado um ilusório progresso urbano, não-desfrutado por todos os contribuintes.
A desigualdade social que está no convívio diário das grandes metrópoles, consegue ser facilmente denunciada por uma foto que ganha mais força ao ser divulgada nas redes sociais.
Quem nunca viu uma famosa fotografia da cidade de São Paulo, que divide, paralelamente, uma comunidade periférica e um condomínio luxuoso?
A história por trás dessa fotografia, que mostra a favela Paraisópolis de um lado e o edifício Penthouse do outro, traz realidades que são muito diferentes. Ela foi tirada no ano de 2002, pelo fotógrafo Tuca Vieira, que trabalhava para a Folha de São Paulo nessa época. A imagem ganhou fama nos meios virtuais e em diversos livros como um exemplo clássico da desigualdade social.
Portanto, a função de uma simples câmera, seja ela profissional ou de um smartphone, é de gerar imagens totalmente ácidas, incomodando grupos sociais e expondo, de maneira válida, as inúmeras diferenças societárias que sofrem com as tentativas de serem maquiadas. Vale a pena ressaltar firmemente a denúncia social em tempos de crise, seja ela feita por meio das fotos, da música, dos poemas ou das outras artes que abrigam todas as formas de manifestação possíveis, pois ela é uma forte aliada na luta contra a repressão.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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