Em uma manhã de 1976, em uma cidade pequena no estado de Ohio chamada Circleville (EUA), moradores receberam cartas com remetentes anônimos. Elas eram perturbadoras e continham várias ameaças, além de relatar com detalhes minuciosos a vida íntima dos habitantes daquela cidade, desde políticos até pessoas comuns, comprovando o que o autor dizia no início de cada carta: I know where you live. I've been watching your house. This is not a joke. Take it seriously.
Acreditava-se que as cartas, na verdade, não eram escritas por só uma, mas sim por várias pessoas, já que a caligrafia das mensagens era variada. Na época, milhares de cartas foram enviadas, mas quase nenhuma se tornou pública.
No verão de 1977, Mary Gillispie, uma motorista de ônibus escolar, começou a receber cartas em que a acusavam de ter um caso com um superintendente da escola para a qual trabalhava. Nas mensagens, dizia-se que ela precisava acabar com o relacionamento, porém a motorista decidiu que a melhor coisa a fazer no momento era ignorar as cartas, já que a acusação era falsa.
Pouco depois disso, outra carta foi enviada para o marido dela, Ron Gillispie, dizendo que, naquele momento, estava nas mãos dele acabar com o caso extra-conjugal da sua esposa. Entretanto, Mary Gillispie continuou afirmando que o suposto relacionamento era mentira. Os dois destinatários continuaram ignorando as mensagens.
Duas semanas depois, já no início de agosto de 1977, a família recebeu mais uma carta com os seguintes dizeres: “Gillispie, em duas semanas você não fez nada. Conte a verdade e informe ao conselho escolar. Caso contrário, transmitirei na CBS (uma emissora de televisão), farei pôsteres, cartazes e outdoors até que todos saibam”.
Foi só então, que Mary e seu marido se empenharam em descobrir quem poderia ser o possível escritor anônimo das cartas. Em razão de desavenças passadas, acabaram suspeitando de Paul Freshour, cunhado de Ron. Quando Mary e seu marido tiveram certeza de que Paul era o responsável pelas mensagens, o casal decidiu enviar várias cartas escritas da mesma maneira para a casa do homem. Eles alegaram que sabiam quem ele era e o que estava fazendo, exigindo que interrompesse as mensagens ou seria exposto.
As cartas pararam de chegar, porém não por muito tempo. Depois, placas começaram a se espalhar pela cidade, expondo que a filha de 12 anos de Mary tinha um caso com aquele mesmo superintende. Por causa disso, Ron começou a acordar todos os dias bem cedo para tirar as placas das ruas, a fim de não deixar a filha do casal ver essas ameaças.
Em 19 de agosto de 1977, Ron Gillispie pegou um revólver, após receber uma ligação, avisou aos seus filhos que colocaria um fim no tormento causado pelas cartas e saiu de casa. Poucas horas mais tarde, sua picape foi encontrada batida e ele estava morto.
Mas nem isso fez as cartas pararem de chegar nas casas da família Gillispie. Em fevereiro de 1983, durante o trajeto com o ônibus que Mary usava para trabalhar, ela desceu do veículo para arrancar uma placa presa a um poste que falava mal de sua filha e a ameaçava.
Junto da placa havia uma caixa, que funcionaria como uma armadilha que poderia ter matado Mary, se o fio que deveria disparar o revólver assim que a mulher abrisse não tivesse falhado. Ela relatou o incidente à polícia e logo conseguiram rastrear o número de série da arma. O culpado havia falhado em tentar raspar o registro. A pistola era de Paul Freshour que, por sua vez, alegou que a arma havia sumido de sua garagem muito tempo antes.
Como a polícia já suspeitava de Paul, essa desculpa não a convenceu. Então, no dia 25 de fevereiro de 1983, os policiais recomendaram que Paul fosse até a delegacia para realizar um teste de caligrafia, no qual ele deveria escrever algumas das cartas de Circleville que lhe seriam ditadas. Ainda que os especialistas pudessem confirmar que as escritas batiam, Paul teve que reescrever as mensagens várias vezes, de diversas formas. Só um dos textos foi validado, o que comprometeu o teste. Porém, avesso ao resultado, o xerife da cidade decretou que Paul era o escritor oculto e o prendeu por tentativa de homicídio.
Mesmo assim, as cartas não pararam, e nem o próprio Paul ficou livre delas…
Em 2012, Paul Freshour morreu ainda na prisão, sem provas de que ele era um dos autores das cartas. O caso nunca foi desvendado e os autores das cartas nunca foram descobertos.
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