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O racismo no Brasil

A gente não sabe se você é branco ou negro, mas o que dá para afirmar é que esse fato define a sua vida.

Ana Clara Ferreira da Silva (1) (1) (Arquivo Pessoal)

Escrito por Ana Clara Ferreira da Silva

28 ABR 2021 - 11H50 (Atualizada em 28 ABR 2021 - 12H05)

Reprodução/Site Marco Zero
Reprodução/Site Junião
Reprodução/Site Junião


No Brasil, o racismo é um tabu. Muitos brasileiros gostam da ideia de que não somos um país racista, mas infelizmente os dados evidenciam uma realidade muito mais desagradável.

O racismo contra pessoas negras no Brasil está profundamente enraizado no modo em que a nossa sociedade funciona. Isto já é tão "naturalizado'' por aqui, que muitos podem ter dificuldades em enxergá-los ou reconhecê-los em situações escancaradas.

Faz parte de um princípio de que um grupo racial é inferior a outro, mas suas consequências vão muito além disso. Pode se estabelecer quando um grupo dominante categoriza pessoas dentro de grupos raciais e usa o poder para desvalorizar, desempoderar ou restringir o acesso desses grupos à oportunidades e recursos valiosos.

Apesar da origem do racismo contra negros no Brasil ser mais antiga, a sua presença é bem atual, uma consequência de ideias sobre inferioridade de negros em relação a brancos, que se fortaleceram durante os períodos de colonização e escravização, que se difundiram e continuam se difundindo.

Pessoas negras têm em média o menor nível de escolaridade. A taxa de analfabetismo é quase três vezes maior que o percentual de brancos, segundo dados da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (PNAD) de 2019. Já a taxa de desemprego é de 14,4% entre pretos, 14,1% entre pardos e 9,5% brancos, como mostram os índices de 2018, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A cor da sua pele também determina o seu tempo de vida. As taxas de homicídio de pessoas pretas cresceram 11,5% de 2008 a 2018, enquanto a de não negros caiu 11%, conforme afirma pesquisa do Atlas de Violência, publicada, em 2020. A cada 23 minutos uma pessoa negra é assassinada no Brasil, denuncia a Organização das Nações Unidas (ONU). Além disso, são os negros que mais morrem nas operações policiais e pertencem à maior parte da população  carcerária brasileira, 66,7%, de acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2019.

Os dados comprovam que o racismo se manifesta de várias formas em uma sociedade, tais como na cultura, nas instituições e nas pessoas. O racismo cultural se refere à todas as formas em que o preconceito é estimulado e mantido em uma cultura. Isso envolve todos os valores, símbolos, os aspectos linguísticos e as ideias que reforçam o racismo e que criam as condições sociais para que negros sejam sistematicamente discriminados. Quando se vive em uma cultura racista, a tendência é que as pessoas reproduzam esse racismo no cotidiano, mesmo que não tenham intenção de agir assim. Um dos reflexos disso, é o racismo institucional, ou seja, o racismo presente nas leis.

Quando alguém diz que vidas negras importam é porque a vida dessas pessoas realmente está em maior risco, As vidas das outras também são importantes, mas ignorar os fatos sobre a realidade racista em que vivemos é mais uma manifestação do próprio racismo.


“No meu país o preconceito é eficaz, te cumprimentam na frente… te dão um tiro por trás” (Racionais MC's - Racistas  Otários - 1992).

Escrito por:
Ana Clara Ferreira da Silva (1) (1) (Arquivo Pessoal)
Ana Clara Ferreira da Silva

9º ano do Ensino Fundamental - EMEF Profª Maria Antonieta Pereira Payar - São José dos Campos.

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