A música está presente em vários momentos da vida das pessoas, inclusive nos términos de relacionamento. Além de outras qualificações, pode-se afirmar que as canções são “espelhos dos sentimentos”. Em outras palavras, a música é uma forma de expressão que traduz emoções em versos que acompanham um ritmo e uma musicalidade ao serem cantados.
O termo sofrência foi usado, no inicio, em uma canção do grupo Os Originais do Samba. No entanto, nos últimos tempos, o novo gênero musical tem sido relacionado com o Sertanejo e está crescendo ao passar do tempo. Este crescimento foi alavancado com as lives durante a quarentena, promovendo uma maior visibilidade e um espaço cada vez mais amplo. Ao viver uma decepção ou uma desilusão amorosa, as pessoas classificam o pós-acontecimento como “estado de sofrência”.
Catarse
É nessa hora que muitos indivíduos recorrem às canções que abordam temáticas como traição, tristeza e, até mesmo, saudades de momentos alegres do casar a fim de liberar as emoções. A essa sensação de liberdade se dá o nome de catarse.
A catarse se caracteriza pela libertação de sentimentos contidos e reprimidos. Essa liberação tem como consequência um alívio. Dessa maneira, as músicas de sofrência são como agentes que extravasam os abalos dos relacionamentos e, ao causar uma boa sensação, fazem cada vez mais pessoas virarem árduas fãs de tal gênero musical.
Empatia
Ademais, outro fator que auxilia o entendimento do sucesso de musicas que retratam decepções amorosas envolve a empatia. Como dito no inicio do texto, as canções traduzem emoções de maneira que encaixam perfeitamente na vida dos ouvintes, sendo empática, isto é, se colocando no lugar do publico (porém, o compositor, muitas vezes, retratam algo que aconteceu de suas vivências). Isso leva uma boa parcela da população a se identificar com as letras. Afinal, quem nunca sofreu por amor?
O feminejo e a rainha
Contrariando o ambiente antes caracterizado como masculino, as mulheres dominaram o cenário sertanejo ao cantarem letras que empoderam. Um fenômeno é a cantora Marília Mendonça, que, além da qualidade de suas músicas, lidera as paradas de sucesso por abordar enredos de Sofrência.
A artista foi a mais ouvida em 2020 e, para acrescentar em seus recordes, dominou a audiência de lives musicais, sendo a mais vista do mundo com 3,31 milhões de visualizações simultâneas na plataforma YouTube. A rainha da Sofrência, como é chamada pelo público, mostra que o sofrimento e a carência, quando transformados em música, após um relacionamento frustrado levam ao topo da autoestima e das paradas de sucesso.
Internacionalmente
A dor pós-relacionamento é uma verdadeira viajante: tendo começado no pagode, após ir para o sertanejo, muitas pessoas consideram que a melancolia presente em músicas brasileiras está se estendendo ao pop... internacional. Olivia Rodrigo, com suas músicas que figuram uma adolescente com o coração partido apos um término conturbado, é a primeira artista a alcançar a marca incrível de quatro músicas no top 10 da Billboard 200. Essa garota usou seu sofrimento após uma desilusão amorosa a seu favor e fez muitos se identificarem e cantarem com ela.
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