Jataí, Mandaçaia, Tubuna, Mirim, Bugia e centenas de outras espécies fazem parte do fascinante mundo das abelhas sem ferrão, que são nativas do Brasil e conhecidas como abelhas indígenas, por serem citadas em criações racionais feita pelos indígenas datadas de aproximadamente 1840.
Essas pequenas trabalhadoras são gigantes na tarefa de manter a biodiversidade dos biomas brasileiros, cerca de 90% das espécies da Mata Atlântica dependem das abelhas sem ferrão para se reproduzirem e muitos alimentos que compõem nossas mesas todos os dias também dependem desse trabalho. Muitas espécies vegetais são totalmente dependentes delas para que possam se reproduzir e seguir viva.
Ao passar de flor em flor, as abelhas carregam o pólen e fazem a fecundação, que geram as sementes e o surgimento de novas plantas.
Diferente do que diz o nome essas abelhas possuem sim ferrão, porém é atrofiado e elas são incapazes de ferroar. Não são necessários equipamentos de proteção e nem fumaça para o manejo como é usado com as abelhas Apis mellifera (abelha com ferrão). Por esse motivo, elas podem ser criadas próximas de residências, apartamentos, inclusive em áreas urbanas. Muita gente possui algumas caixas nos jardins de casa, essa atividade é denominada de meliponicultura - as colônias vivem em caixas pequenas.
No seu habitat natural, as abelhas sem ferrão costumam nidificar (formar ninho) em cavidades de árvores, blocos, cupinzeiros abandonados ou até mesmo em lugares bem inusitados como escapamento de carro, fornos sem uso, caixas composteiras e em armários que estão a muito tempo parados.
Cada espécie de abelhas sem ferrão possui tamanho, cor, formas e hábitos diferentes. São essas abelhas da Superfamília Apoidea, família Apidae, Subfamília Apinae e são parte de uma única tribo a Meliponini. Cada tribo possui uma estrutura que a identifica na entrada do ninho. Algumas espécies constróem um pito com cerume na entrada e outras fazem raios salientes de barro ou geoprópolis ao redor da entrada que, por sinal, permanece sempre protegida pelas sentinelas.
Podemos citar como exemplo a abelha Jataí que constroem sua entrada com cerume, sendo a espécie mais fácil de se encontrar pelo fato de ter ocorrência em todo Brasil, por se adaptar a diferentes climas incluindo o de grandes meios urbanos.
Também as que fazem sua entrada com geoprópolis, podemos colocar a abelha Mandaçaia Melipona quadrifasciata como a mais comum dessa tribo que leva esse nome de origem dos povos indígenas com significado de vigia bonito' por ter sempre uma sentinela vigiando a entrada.
Com a chegada dos portugueses no Brasil eles trouxeram a cana de açúcar (que substituiu o mel como adoçante nos alimentos) e mais tarde, em 1839, com o Padre Antônio Carneiro trazendo para o Brasil colmeias de abelhas Apis mellifera de Portugal, aos poucos a cultura e a criação de abelhas sem ferrão foi ficando esquecida pelos brasileiros.
Esse desconhecimento das abelhas sem ferrão por grande parte do público em geral, somado ao desmatamento em todos os biomas brasileiros, quase levou à extinção uma grande parte dessas abelhas.
Atualmente, a Meliponicultura (criação racional de abelhas nativas sem ferrão) vem ganhando cada vez mais espaço, pelo serviço de polinização de nossas florestas, nas culturas agrícolas e pelo simples prazer de observá-las trabalhando nas flores ou em seu ninho, sendo ótimos animais de estimação, podendo ser ferramenta em projetos de educação ambiental em escolas e usadas como benefício contra ansiedade/depressão.
E aí, você já sabia de toda essa informação sobre a incrível história das abelhas? Ou melhor, você já as conhecia? Deixe seu comentário! Para saber mais, você também pode acessar @beeplacemeliponario no instagram.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
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