O Jogo do Bicho é uma das práticas de apostas mais tradicionais do país, cercada de histórias, curiosidades e polêmicas.
Nascido como uma ação promocional no final do século XIX, acabou se transformando em um fenômeno cultural que atravessa gerações, resistindo às proibições legais e se adaptando aos novos tempos.
Como tudo começou
A história remonta a 1892, no Rio de Janeiro, quando o empresário João Batista Viana Drummond, também conhecido como Barão de Drummond, buscava uma forma criativa de atrair visitantes ao seu Jardim Zoológico, situado no bairro de Vila Isabel.
A ideia foi simples e inovadora: cada ingresso dava direito a participar de um sorteio. O bilhete vinha com a figura de um dos 25 animais do zoológico e, no final do dia, um painel anunciava o animal sorteado. Quem tivesse a figura correspondente recebia um prêmio em dinheiro.
O sistema numérico e os grupos de animais
Para facilitar a organização, cada animal foi associado a um grupo de quatro números, de 00 a 99. Assim, por exemplo, o avestruz correspondia aos números 01, 02, 03 e 04, enquanto o leão representava os números 13, 14, 15 e 16. Essa estrutura tornou o jogo intuitivo e fácil de memorizar.
Com o tempo, o sistema ultrapassou os muros do zoológico e começou a ser praticado em bares, armazéns e esquinas, administrado por pessoas conhecidas como “banqueiros”.
A popularização e a proibição
A popularidade cresceu rapidamente. Mesmo quando a promoção deixou de ser feita no zoológico, comerciantes e organizadores independentes mantiveram o jogo vivo. Sua simplicidade e baixo custo atraíam um público variado.
Em 1946, o Jogo do Bicho foi proibido no Brasil e classificado como contravenção penal. No entanto, a proibição não foi suficiente para eliminá-lo. Pelo contrário, ele se consolidou na informalidade, passando a fazer parte da rotina de muitas comunidades. Muitos apostadores buscam pelo palpite do dia para fazer melhores apostas.
O papel dos banqueiros
Ao longo das décadas, os banqueiros se tornaram figuras centrais para a manutenção do jogo. Eles organizavam equipes de apontadores, recebiam as apostas e pagavam os prêmios.
Em algumas regiões, esses banqueiros também financiavam eventos locais, ajudando a fortalecer seu prestígio.
A mística e os significados dos animais
Uma das razões para a resistência do Jogo do Bicho é sua ligação com a cultura popular. Os animais sorteados não representam apenas números; eles carregam significados simbólicos que, segundo os apostadores, podem ser revelados por meio de sonhos, sinais e acontecimentos do dia a dia.
Existem até manuais e tabelas que orientam a “interpretação” desses sinais, ajudando na escolha das apostas.
A era digital e o futuro do jogo
O avanço da tecnologia também atingiu o Jogo do Bicho. Hoje, é possível fazer apostas e consultar resultados por meio de aplicativos, sites e redes sociais. Essa modernização facilitou o acesso, embora a prática continue sendo ilegal no país.
Apesar da repressão policial, o jogo segue firme graças à fidelidade de seus apostadores e à tradição que carrega há mais de um século.
Fatos curiosos
Foi inspirado em uma promoção de marketing de um zoológico.
O número de animais permaneceu o mesmo desde sua criação: 25.
Muitos apostadores seguem superstições e interpretações de sonhos.
É uma das formas de jogo mais antigas ainda ativas no Brasil.
Alguns banqueiros se tornaram personagens lendários no folclore urbano.
Considerações finais
O Jogo do Bicho é um exemplo de como uma ideia simples pode ganhar força e se transformar em parte do cotidiano de um povo.
Misturando sorte, superstição e cultura, ele atravessou mais de cem anos, adaptando-se às mudanças sociais e tecnológicas sem perder sua essência.
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