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Coluna travada: o que fazer na hora, quais são os sinais de alerta e quando procurar ajuda

Descubra o que fazer quando a coluna trava, como aliviar a dor rapidamente, identificar sinais de alerta e saber quando procurar um especialista em coluna para tratamento adequado

Escrito por Meon

07 NOV 2025 - 17H22 (Atualizada em 07 NOV 2025 - 18H26)

FreePik

Por Marco Jean

Dor súbita nas costas, dificuldade para se mexer e medo de não voltar ao normal. Entenda por que a coluna trava, o que pode aliviar o quadro em casa e em que momento a situação passa a ser preocupante.

A sensação de ter a coluna travada costuma chegar de surpresa. A pessoa se abaixa para pegar algo no chão, levantar um galão de água, limpar a casa, treinar na academia ou até amarrar o sapato e, de repente, sente uma fisgada intensa na região lombar.

Muitos relatam que caem no chão, não conseguem se levantar sozinhos e precisam de ajuda para dar os primeiros passos.

A boa notícia é que, na maior parte dos casos, o episódio melhora em poucos dias. Mesmo assim, existem sinais que indicam risco maior e exigem avaliação médica rápida.

O que é o travamento da coluna

O travamento da coluna, muito conhecido como lombalgia aguda, é um quadro de dor intensa na região lombar que limita de forma importante os movimentos.

Em vários casos, a pessoa sente como se o corpo tivesse “desligado” naquela parte e qualquer tentativa de mexer piora o incômodo.

Na origem do problema, o mecanismo mais comum é a contratura muscular.

Os músculos ao redor da coluna se contraem de forma exagerada para proteger alguma estrutura que foi sobrecarregada, fenômeno parecido com o torcicolo no pescoço.

Essa contração forte gera dor, rigidez e bloqueio de movimento.

O episódio pode surgir em situações simples do dia a dia:

abaixar para pegar um objeto leve

girar o tronco para um lado

carregar peso de forma inadequada

mudar de posição na cama, no sofá ou na cadeira

realizar exercícios como agachamento, levantamento de carga ou atividades domésticas prolongadas

Em muitos relatos, a pessoa lembra de um estalo, de uma fisgada ou de uma dor aguda que se espalha pelas costas.

A partir dali, tarefas básicas, como levantar da cama, sentar na cadeira ou caminhar até o banheiro, ficam extremamente difíceis.

Sintomas mais comuns durante o travamento

Em grande parte dos episódios, os sintomas seguem um padrão. A dor costuma:

localizar-se na região lombar, próxima à linha da cintura

irradiar para as laterais das costas, glúteos e, em alguns casos, para a parte de trás das coxas

piorar ao levantar, abaixar, torcer o tronco, tossir ou espirrar

melhorar um pouco quando a pessoa encontra uma posição de alívio, muitas vezes deitada

Several pessoas descrevem a sensação de que o corpo “não obedece” aos comandos.

Há casos em que o paciente leva quase uma hora para conseguir virar de lado ou sentar, sempre com ajuda de familiares.

Em situações mais intensas, a dor provoca suor frio, queda de pressão, náuseas e até vontade de chorar.

Os comentários de quem já passou por isso mostram que o problema não atinge apenas idosos.

Jovens de 18, 20 ou 22 anos relatam travamento durante treino de musculação, basquete ou até ao se abaixar para calçar o tênis.

Adultos na faixa dos 30, 40 e 50 anos contam que travaram varrendo a casa, lavando roupa, pegando sacos no trabalho, levantando galões de água ou se inclinando para pegar objetos no chão.

O que fazer na hora em que a coluna trava

Os primeiros cuidados visam aliviar a dor e dar condições para que a musculatura se solte aos poucos.

Entre as medidas frequentemente recomendadas por médicos e fisioterapeutas, destacam-se:

Compressa morna na região dolorida

Aplicar compressas mornas na região lombar por cerca de 15 minutos ajuda a relaxar a musculatura e reduzir a rigidez. Isso pode ser repetido algumas vezes ao dia, com atenção para evitar queimaduras. A bolsa térmica precisa ser envolvida em tecido fino antes de encostar na pele.

Medicamentos sintomáticos com orientação médica

Analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares e pomadas ou sprays analgésicos podem colaborar no controle da dor, desde que prescritos por um profissional. A automedicação repetida, especialmente com uso prolongado de anti-inflamatórios, já levou muitos pacientes a terem problemas em estômago, intestino e rins. Por isso, é importante evitar o uso por conta própria.

Repouso relativo, não repouso absoluto

Na fase mais dolorosa, o repouso relativo costuma ser necessário. A pessoa deve evitar esforços, movimentos bruscos e atividades que aumentem a dor, sem ficar totalmente imóvel o dia inteiro. Períodos longos deitado podem piorar a rigidez. Pequenas caminhadas dentro de casa, respeitando o limite de dor, geralmente são mais seguras.

Cuidado com alongamentos na crise

Alongamento e fortalecimento muscular são parte fundamental da prevenção e do tratamento a médio e longo prazo. Durante a crise intensa, porém, muitos movimentos ficam impraticáveis e podem agravar o quadro. O momento de retomar os exercícios deve ser definido com o médico ou fisioterapeuta, quando a dor estiver mais controlada.

Fisioterapia e técnicas complementares

A fisioterapia é uma das principais aliadas na saída da crise e na prevenção de novos episódios. O tratamento pode incluir: mobilizações suaves da coluna, exercícios progressivos de fortalecimento do tronco, abdômen e glúteos, orientação postural para atividades domésticas, trabalho e prática esportiva, recursos analgésicos, como correntes, calor profundo e outros métodos

Alguns pacientes relatam melhora com acupuntura e outras abordagens complementares.

Essas técnicas podem trazer alívio para a dor em determinados casos, desde que realizadas por profissionais habilitados e integradas ao plano de tratamento, não como únicas soluções.

Quando o travamento é apenas contratura e quando pode ser algo grave

Na maioria das situações, o quadro está ligado a contratura muscular e melhora em poucos dias, com resolução completa em algumas semanas.

Ainda assim, nem toda dor intensa na coluna vem apenas da musculatura.

Outras doenças podem começar com sintomas parecidos e exigir investigação imediata. Por isso, existem sinais de alerta que não devem ser ignorados.

Entre eles:

perda de peso sem explicação acompanhando a dor nas costas

dor prolongada que responde mal à medicação e não melhora com o passar das semanas

febre ou sinais de infecção recente

histórico de doenças que deprimem o sistema imunológico

antecedente de câncer

primeiro episódio de dor intensa em pessoas com mais de 55 anos

dor que desperta do sono com frequência, mesmo em repouso

Alterações neurológicas também preocupam muito. Sintomas como fraqueza nas pernas, dificuldade para caminhar, perda de controle da urina, perda de controle das fezes, dormência na região genital e do ânus ou formigamento intenso nos membros exigem avaliação médica imediata.

Nesses cenários, a orientação é procurar pronto atendimento sem esperar melhora espontânea.

Em quadros persistentes, o ideal é consultar um especialista em coluna para avaliar a necessidade de exames de imagem, ajustes no tratamento e orientações mais personalizadas sobre atividade física e rotina de trabalho.

Por que tantas pessoas jovens também travam a coluna

Os relatos mostram um padrão interessante: muitos pacientes jovens travam a coluna durante atividades comuns, como exercícios na academia, esportes recreativos ou tarefas domésticas.

Alguns fatores contribuem para isso:

levantamento de peso sem técnica adequada

músculos do tronco e abdômen pouco fortalecidos

longos períodos sentado em cadeiras sem apoio adequado

estilo de vida sedentário alternado com esforços pontuais intensos

excesso de confiança ao abaixar e girar o corpo sem pensar na postura

Mesmo quem pratica atividade física regular pode travar a coluna se exagerar na carga, descuidar da postura ou interromper o treino por semanas e tentar voltar no mesmo ritmo.

A musculatura perde condicionamento e a coluna fica mais vulnerável a movimentos bruscos.

Como prevenir novos episódios de travamento

Depois de um episódio de travamento, muitos pacientes passam a viver com medo de repetir a experiência.

Medidas de prevenção ajudam a reduzir o risco:

manter rotina de fortalecimento da musculatura lombar, abdominal e glútea

praticar alongamentos específicos indicados pelo fisioterapeuta

ajustar o posto de trabalho, altura da cadeira e da mesa

ter cuidado ao abaixar para pegar objetos, flexionando os joelhos e mantendo a coluna mais alinhada

evitar carregar peso de forma irregular ou sem apoio adequado

parar a atividade ao primeiro sinal de dor forte, em vez de insistir até travar

Quem já tem diagnóstico de hérnia de disco, espondilolistese, discopatia degenerativa ou outras alterações estruturais precisa de acompanhamento próximo, com plano de exercícios individualizado.

Quando buscar ajuda especializada

Dor lombar intensa que não melhora em poucos dias, crises recorrentes ao longo do ano, episódios que surgem com mínimos esforços ou presença de sinais neurológicos são situações em que a consulta com ortopedistas de coluna se torna essencial.

Esse acompanhamento permite:

confirmar o diagnóstico

diferenciar contratura simples de problemas mais complexos

definir quando o tratamento conservador é suficiente

avaliar se há necessidade de bloqueios, infiltrações ou, em casos específicos, cirurgia

A coluna é o eixo de sustentação do corpo. Ignorar episódios repetidos de travamento pode levar à piora gradual da dor e a limitações importantes na rotina.

Buscar orientação, entender as causas e seguir um plano consistente de cuidado ajudam a retomar as atividades com mais segurança e a reduzir a chance de enfrentar novamente aquele momento em que cada movimento parece impossível.

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