A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) apura se a morte de um estudante universitário de 19 anos, ocorrida em junho, em Águas Claras, tem relação com a rede criminosa especializada na produção e distribuição de cogumelos alucinógenos desmantelada nesta semana. O jovem caiu do oitavo andar de um prédio e há indícios de que ele tenha consumido a droga, que contém psilocibina, antes da tragédia.
A organização, alvo da Operação Psicose, funcionava em escala industrial e movimentava até R$ 200 mil por dia, segundo a Coordenação de Repressão às Drogas (Cord). O grupo atuava em seis estados e no DF, utilizando empresas de fachada e plataformas digitais para comercializar a droga como se fosse um grande e-commerce, com fotos em alta resolução, descrições detalhadas e formas de pagamento que incluíam Pix e cartão de crédito.
Esquema nacional
As investigações revelaram que, em Curitiba (PR), havia um centro logístico considerado o coração da organização. Empresas registradas como comércio de alimentos em Santa Catarina e no Paraná também eram usadas para dar aparência legal às operações e lavar o dinheiro do tráfico.
Além disso, universitários de Brasília foram presos preventivamente por manter linhas próprias de produção em ambientes controlados. A droga era entregue em embalagens discretas por transportadoras privadas e até pelos Correios, em modelo semelhante ao dropshipping.
Operação Psicose
A ofensiva contou com 150 policiais civis e cumpriu 20 mandados de busca e apreensão e nove prisões preventivas em Curitiba, Joinville, São Paulo, Belém, Belo Horizonte, Vitória e no Distrito Federal. Foram apreendidos computadores, celulares, documentos contábeis, dinheiro em espécie e material de produção dos cogumelos.
Segundo a Cord, a rede tinha estrutura milionária, combinando produção avançada, logística eficiente e marketing digital agressivo. As investigações agora buscam identificar financiadores e operadores financeiros envolvidos no esquema.
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