O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse, em entrevista à Bloomberg TV, acreditar que a reforma da Previdência poderá ser aprovada pelo Congresso até "o fim de julho ou começo de agosto".
Sobre as alterações que parlamentares podem promover na proposta de mudanças nas regras de aposentadoria, Mourão avaliou que um texto que permita economia fiscal de R$ 850 bilhões ("US$ 200 bilhões") em 10 anos ainda seria "bom para o País", mas o "ideal" seria o R$ 1,1 trilhão ("US$ 260 bilhões") originalmente previsto pela equipe econômica.
Mourão concedeu a entrevista, falando em inglês, ao canal de TV norte-americano especializado em negócios durante visita a Washington, na terça-feira, 9.
Questionado sobre as dificuldades do governo em montar sua base de apoio no Congresso, Mourão observou que o presidente Jair Bolsonaro tem se reunido com líderes partidários nos últimos dias e afirmou que os encontros têm surtido o efeito pretendido.
"Todos, quando saem das reuniões, dizem 'OK, não apoiamos o governo, mas vamos apoiar a reforma da Previdência'", disse o vice-presidente. "A linha de ação que ele (Bolsonaro) tomou é a de procurar maiorias transitórias para cada momento que precisemos passar algo no Congresso. Eu chamo isso de 'política com 'P' maiúsculo', porque ele convoca as pessoas para estar conosco, com nossa agenda e nossas ideias", acrescentou.
Na entrevista, Mourão mandou ainda um recado a investidores estrangeiros: pediu a eles que "tenham confiança" no País, porque a gestão Bolsonaro "tem consciência" do que precisa fazer para colocar a economia de volta nos trilhos.
Como exemplo positivo dos 100 primeiros dias do governo, mencionou os recentes leilões de infraestrutura, que geraram arrecadação bilionária à União. E lembrou que há uma série de projetos já engatilhados, principalmente nos segmentos de energia e transportes, para serem lançados ao mercado.
O vice-presidente destacou ainda a atuação dos ministros Paulo Guedes (Economia) e Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), que, de acordo com ele, são os responsáveis por "impulsionar" o governo e liderar as reformas necessárias ao País. Com a dupla à frente da agenda prioritária, Mourão disse não enxergar grandes problemas ao Executivo vindos daqueles "que pensam de forma mais ideológica".
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