Trabalhadores ensacavam carvão por míseros R$ 0,16

Um vídeo circulando nas redes revela uma jovem trabalhadora no interior do Tocantins cobrando apenas R$ 0,16 por saco de carvão alongside seu pai. O valor mínimo exposto chocou o país e reacende o debate sobre condições de trabalho degradantes, exploratórias e análogas à escravidão.

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Embora o registro aflame o senso de urgência nacional, casos semelhantes foram constatados anteriormente, como quando, em março de 2023, cinco carvoeiros na Bahia foram resgatados após ganharem o mesmo valor por saco, jornada exaustiva e condições degradantes .

Auditores relataram produções de até 1 000 sacos por dia, sem equipamentos de proteção, descontando custos de comida e água impura — abastecida com fuligem — e guerra a direitos trabalhistas como registro, férias e 13º salário . No Tocantins, fiscalização já havia encontrado condições análogas à escravidão em uma de cada três carvoarias, com trabalhadores expostos a jornadas exaustivas, alojamentos precários, ausência de água potável e servidão por dívida .

O caso atual no Tocantins, documentado no vídeo, demanda ação imediata por autoridades trabalhistas e pelo Ministério Público. A enquete midiática acende o alerta para uma realidade nacional, onde exploração extrema persiste fora dos grandes centros.

A denúncia se insere num sistema estrutural de exploração no setor de carvão vegetal, que resiste à fiscalização e ao controle. Enquanto a origem do carvão (DOF) ainda é foco de operações ambientais, a mão de obra segue invisível. É imperativo que novo rigor nas inspeções seja acompanhado de programas de incentivo à regularização dessas ocupações e transferência de renda que quebre o ciclo de vulnerabilidade rural.