Politica

“Careca do INSS” nega envolvimento em fraudes durante depoimento à CPMI

Empresário é um dos principais acusados de lesar aposentados

Escrito por Meon

25 SET 2025 - 14H27 (Atualizada em 25 SET 2025 - 14H36)

Lula Marques/Agência Brasi

Em depoimento à CPMI do INSS, nesta quinta-feira (25), o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS”, negou que suas empresas tenham ligação com fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social.

Segundo ele, as atividades desenvolvidas sempre tiveram como foco prestar serviços às associações de aposentados.

“Minha empresa sempre prestou serviços às associações, tendo como destinatário final o aposentado associado, sem querer qualquer ingerência ou responsabilidade sobre os descontos incidentes em seus benefícios previdenciários. Tais descontos eram realizados diretamente pelas associações”, afirmou.

Antes de encerrar sua fala, Antunes declarou que não responderia às perguntas do relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL). O empresário acusou o parlamentar de já tê-lo julgado previamente.

“Segundo meus advogados, na sessão em que fora tomado o depoimento do senhor Rubens [Oliveira], Vossa Excelência disse por mais de uma vez que sou ‘ladrão do dinheiro de aposentados’, sem me deixar a chance de defesa. O relator já me julgou e condenou sem sequer me ouvir”, afirmou.

As acusações

Alvo de uma operação da Polícia Federal no dia 12 de setembro, Antunes é apontado como operador de um esquema milionário de desvio de recursos de aposentados e pensionistas cadastrados no INSS.

De acordo com as investigações, o empresário funcionava como intermediário de sindicatos e associações, recebendo valores descontados indevidamente dos beneficiários e repassando parte do dinheiro a servidores do Instituto, familiares e empresas ligadas a eles.

A PF aponta que pessoas físicas e jurídicas vinculadas ao “careca do INSS” receberam R$ 53,5 milhões diretamente das entidades associativas ou por meio de suas empresas.

Entre as acusações, estão:

Liderança de 22 empresas usadas em fraudes contra aposentados e pensionistas;

Criação de SPEs (Sociedades de Propósito Específico) para blindar sócios controladores;

Transações financeiras incompatíveis com sua renda mensal declarada de R$ 24,4 mil;

Recebimento de mais de R$ 11 milhões da AMBEC (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos);

Manutenção de uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas para ocultar patrimônio.

Em maio, ele já havia sido alvo de outra operação da PF, que apreendeu seis carros de luxo para apurar se os veículos haviam sido comprados com recursos desviados do esquema.

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