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Deputados federais da RMVale votam contra a PEC do voto impresso

Segundo o TRE-SP, o voto, como é hoje, já é auditável, pois é passível de análise e verificação

Escrito por Ana Lígia Dal Bello

11 AGO 2021 - 20H32 (Atualizada em 11 AGO 2021 - 20H56)

Na terça-feira (10) à noite, o plenário da Câmara dos Deputados rejeitou no plenário a Proposta de Emenda à Constituição 135/19, que ficou conhecida como PEC do voto impresso.

Apesar do placar de 229 votos favoráveis à proposta e 218 contra, com uma abstenção, o total de votos não atingiu os dois terços do plenário para a aprovação da PEC.

Eram necessários, no mínimo, 308 votos dos 513 deputados (60%) para que a PEC não fosse arquivada. A votação teve 79 votos a menos do que o exigido.

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Os três deputados federais da região votaram contra a proposta. 

O deputado e ex-prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), afirma que sempre foi favorável ao voto auditável, isto é, que pode ser fiscalizado.

O parlamentar explica que foi contrário à PEC do voto impresso porque vai contra o que ele acredita ser bom par ao país. “A proposta votada ontem não se tratava de um voto auditável moderno. A contagem manual de votos de forma antiga poderia propiciar um risco de fraude muito maior do que temos hoje: bastaria um voto ser roubado e todos os outros seriam invalidados, prejudicando todo um sistema”.

O ex-prefeito afirma que, diferentemente do modelo proposto, o eletrônico auditável pode ser rapidamente implantado, não engessa o procedimento e nem impede o aprimoramento do sistema eleitoral.

“Enquanto esse modelo de voto impresso tomava tempo dos eleitores, eu seguia em Brasília lutando para evitar o desastre da reforma do imposto de renda, que pode aumentar a carga tributária, especialmente da classe média brasileira. Assim como trabalhei e votei contra o aumento do Fundão Eleitoral; contra os supersalários e para impedir que a Câmara aprove o Distritão, que significará enorme retrocesso”.

Os deputados Márcio Alvino (PL) e Marco Bertaiolli (PSD-SP) foram procurados pela reportagem por telefonema e mensagem, mas não foram localizados até o fechamento da matéria.

Qual foi a proposta?

Endossada pelo presidente Jair Bolsonaro, a proposta da deputada federal Bia Kicis (PSL) era de que, quando o eleitor votasse na urna eletrônica, o voto fosse impresso e encaminhado automaticamente para outra urna.

Segundo apuração do jornal A Gazeta, os mesários, então, contariam -- manualmente e em público -- os impressos para conferir se o resultado “bate” com o da urna eletrônica. Se houvesse divergência, valeria o voto impresso.

Quando pessoas interferem na contagem, o risco de fraudes e de erros não intencionais aumenta. Além disso, não é prático contar os votos dos atuais 148 milhões de votantes brasileiros, segundo dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O que é voto auditável?

De acordo com o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), o voto, hoje, já passa por várias auditorias, portanto, é auditável.

Além das auditorias internas, cidadãos, partidos políticos, fiscais de partidos, candidatos, OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e Ministério Público podem fiscalizar durante as etapas do processo.

Reimpressão do boletim de urna e comparação entre boletim impresso e boletim recebido pelo sistema de totalização são alguns tipos de fiscalização já praticados.

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