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Jovem desaparece após viajar em carro de aplicativo; DIG investiga o caso

Thomas Felipe desapareceu há quase um mês; família continua apreensiva

Escrito por Ana Lígia Dal Bello

07 JUL 2021 - 20H10 (Atualizada em 07 JUL 2021 - 20H37)

Facebook Thomas Felipe/Reprodução

A DIG (Delegacia de Investigações Gerais), da Polícia Civil, investiga o caso de uma pessoa de 29 anos, que desapareceu em 15 de junho, após ter feito uma viagem de carro acionado via aplicativo, em São José dos Campos.

O rapaz é transexual e atende pelo nome social de Thomas Felipe. Ele é morador da região Leste de São José e mora com a mãe e o filho de três anos de idade.

No dia do desaparecimento, a vítima foi visitar a avó, que estava internada e faleceu horas mais tarde. Por volta das 19h, Thomas avisou à mãe que iria à casa de um amigo e pediu um carro por aplicativo, cuja empresa não foi especificada pela Polícia Civil. Desde então, a família e os amigos não tiveram mais nenhuma comunicação com ele.

A irmã da vítima, Priscila Oliveira, também de 29 anos, informou ao Portal Meon que a família não tem ideia do motivo que pode ter levado ao desaparecimento de Thomas. “Estamos apreensivos porque não sabemos o que aconteceu. Não contamos ao filho sobre o desaparecimento, apenas dissemos que está trabalhando”, afirmou.

Priscila ainda disse que o irmão não tinha depressão e nem tomava medicamentos. Além disso, os pais lidariam bem com sua orientação sexual -- “desde a adolescência já sabiam”, completou.

O caso também comoveu a comunidade LGBT+ do município. A Associação LGBT+ de São José dos Campos criou a campanha virtual “Onde está Thomas?”. Membros do grupo e da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da OAB-SJC (Ordem dos Advogados do Brasil) estiveram na DIG, na segunda-feira (5), para buscar mais informações sobre a investigação policial, mas não foram atualizados.

“É mais um caso da realidade das pessoas transexuais no país que mais mata essa população no mundo”, comentou Kika Medina, presidente da associação.

Investigação

Segundo o delegado responsável pelo caso, Neimar Camargo Mendes, o inquérito já foi instaurado e registros telefônicos têm sido checados. “Estamos monitorando hospitais e locais em que poderia ter dado entrada e aguardando ofício dos aplicativos”.

Ainda conforme o delegado, nenhuma hipótese foi descartada até agora. “Ele perdeu a avó, ficou muito deprimido e, após isso, desapareceu. Por isso, a gente não descarta nenhuma possibilidade”, disse o responsável pelo caso, questionado se o motivo do desaparecimento está necessariamente relacionado à transfobia.

A empresa Uber informou ao Portal Meon, por nota, que até o momento “não foram fornecidas à empresa informações suficientes para verificar se a ocorrência mencionada se deu em viagem com o aplicativo da Uber”, mas que, de qualquer forma, “está à disposição das autoridades para colaborar com as investigações, na forma da lei”.

Já a 99 Táxi informou, também por nota, que “se solidariza com a família e espera que Thomas Felipe seja encontrado e que esteja bem. Pela apuração inicial da empresa, há uma corrida registrada no dia 15 de junho, que foi encerrada sem intercorrências. A empresa está disponível para colaborar com as investigações da polícia, caso seja necessário”.

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