Por Meon Em RMVale

Gestante foi dopada e morta com facada no pescoço antes de parto

Delegado de Paraibuna fará reconstituição; 4 suspeitos estão presos

Os quatro suspeitos presos acusados pela morte da gestante Leila dos Santos, em Paraibuna, revelaram à Polícia Civil detalhes do crime, mas nenhum deles assumiu o homicídio. Segundo os depoimentos, Leila foi dopada e morta com uma facada no pescoço no mesmo local em que o seu corpo foi encontrado no dia 4 de julho, às margens de uma estrada rural perto da represa.

O crime, de acordo com os depoimentos, aconteceu na noite do dia 28 de junho. Como os depoimentos são contraditórios, o delegado de Paraibuna, Raian Braga de Araújo, fará a reconstituição do crime. A data ainda não definida.

Na manhã desta terça-feira, foram presos Noel Felipe Pereira Medeiros, de 18 anos, e Mara Rúbia Barbosa, de 39. Eles aparecem nas imagens registradas perto do cartório onde Maria Terezinha Generoso Rodrigues, de 33 anos, tentou registrar a criança, no mesmo dia em que o corpo foi encontrado. Os quatro acusados são de São José dos Campos.

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Maria Terezinha e seu namorado, Nicolas Lopes Caetano, de 21 anos, foram presos no sábado (14) em uma favela em Duque de Caxias (RJ), onde estavam escondidos com a filha de Leila. A criança, uma menina que nasceu com 2,7 quilos, foi resgatada pela polícia e levada para o hospital da cidade fluminense, onde permanecerá internada por cerca de dez dias.

O casal, que tinha prisão temporária decretada, foi trazido para a região na noite de sábado. Na segunda-feira (16), a Justiça decretou a prisão de Felipe e Mara.

Em coletiva à imprensa na tarde de terça-feira, o delegado Raian Braga de Araújo afirmou que os quatro acusados confessaram enolvimento com o caso, porém os depoimentos divergem sobre a relação de cada um no crime.

Todos eles teriam afirmado que Leila dos Santos, que era usuária de drogas e vivia nas ruas de São José dos Campos,  teria morado com Maria Terezinha e Nicolas por cerca de três meses e combinado entregar o filho ao casal. Leila teria continuado a consumir drogas e exigir cada vez mais quantidade.

 “Ao que tudo indica, ela estaria desistindo de doar a criança para o casal depois da gravidez. Principalmente porque o casal estaria regulando o uso de drogas dela. Eles queriam, inclusive, que ela ficasse internada na casa do primo da Mara Rúbia, que fica próximo do local do crime”, revelou o delegado. 

Na noite do dia 28 de julho, um dos suspeitos teria dado comprimidos para dopar a gestante, que teria sido colocada no carro de Maria Terezinha. Eles pararam na estrada rural perto da represa,  colocaram Leila em uma galeria de uma rede de águas, a mataram com uma facada no pescoço e imediatamente fizeram a cesárea improvisada. 

“Sem dúvidas o crime foi premeditado, principalmente porque eles compraram álcool em um posto para jogar no corpo da vítima e dentro do carro também havia navalha e luvas cirúrgicas. Em depoimento, a Mara Rúbia disse que o Nicolas pesquisou pela internet como se fazia um parto”, afirmou o delegado. 

A criança foi levada para São José dos Campos por Maria Terezinha, que ficou escondida na casa de uma amiga. 

Mara Rúbia e Felipe prestaram depoimento por mais de três horas na delegacia de Paraibuna nesta terça-feira. A mulher disse que se envolveu com o crime porque foi ameaçada.

"A Mara Rúbia tem oito filhos e ela disse que o casal estava ameaçando dizendo que iria atrás dos filhos dela caso ela não participasse do crime ou comunicasse a polícia. Já o Noel Felipe disse que participou pela amizade que tinha com o casal”, disse o delegado.

Reconstituição

Com os acusados pelo crime detidos temporariamente por 30 dias, o próximo passo da Polícia Civil na investigação será a reconstituição do caso, já que os depoimentos têm pontos conflitantes. A reconstituição ainda não tem data para acontecer. 

Cronologia do Caso

4 de julho-  quarta-feira 

14h - Polícia Militar recebe a ligação de funcionários da balsa da represa de Paraibuna avisando ter encontrado um corpo.

15h - A equipe policial chega ao local e identifica o corpo sendo de uma mulher negra de aproximadamente 30 anos. A vítima vestia roupas comuns e estava com o corpo e rosto queimados. Ao lado do corpo foram encontrados um cordão umbilical e uma placenta.

16h – Equipe de investigação criminal chega ao local do crime. Provas foram recolhidas e é constatado que a vítima estava com a barriga dilacerada e teria passado por uma cesariana no local. O corpo foi encaminhado para o Instituto Médico Legal de Jacareí e identificado como Leila dos Santos, 30 anos, sem residência fixa.

5 de julho - quinta-feira

10h - Durante a investigação do caso, funcionários do cartório de registro civil entram em contato com a Polícia Militar e informam que uma mulher havia tentado registrar um recém-nascido sem documentação. A PM foi informada que a criança teria nascido em uma casa na zona rural da cidade próximo à Salesópolis, a 47 km de distância do centro de Paraibuna. No local nenhum vizinho reconheceu os suspeitos pelas imagens fornecidas pela polícia.

11 de julho - quarta-feira 

15h – Polícia Civil decreta a prisão preventiva da suposta mãe e do homem que a acompanhou ao cartório. A dupla está foragida e permanece sendo procurada pela policia.

12 de julho - quinta-feira

Família reconhece o corpo da vítima e polícia procura por suspeitos. 

13 de julho – sexta-feira

11h30 - Corpo da vítima é sepultado no Cemitério Colônia Paraíso no Jardim Morumbi em São José dos Campos.


14 de julho - sábado 

7h - Bebê de gestante morta em Paraibuna é localizado no Rio. Os suspeitos Maria Terezinha Generoso Rodrigues Vieira e Nicolas Lopes são presos.

20h - Casal é trazido de Duque de Caxias (RJ) pela Polícia Civil de Paraibuna para a região. A mulher ficará presa em Santa Branca e o homem, em Jacareí. O bebê permanecerá internado no Rio por um período de dez dias.


15 de julho - domingo

A Polícia Civil identifica pelo menos mais dois suspeitos de envolvimento na morte da gestante Leila dos Santos. Nicolas presta depoimento ao delegado Raian Braga de Araújo por cerca de cinco horas. Ele teria confessado envolvimento no crime, mas negou intenção de matar Leila.


16 de julho - segunda-feira 

Justiça decreta prisão Noel Felipe Pereira Medeiros, de 18 anos, e Mara Rúbia Barbosa, de 39.

17 de julho - terça-feira 

Felipe e Mara são presos e prestam depoimento. Segundo a polícia, eles confirmam participação no crime, mas alegam que não mataram Leila. 

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