Greve por tempo indeterminado foi iniciada na quarta-feira (5)
Divulgação/SindMetal/SJC
A greve dos cerca de 10 mil trabalhadores do primeiro e segundo turno da unidade da Embraer em São José dos Campos, continua nesta sexta-feira (7) e sem previsão de acerto entre o Sindicato dos Metalúrgicos e empresa. A paralisação foi iniciada na quarta-feira (5) após os funcionários rejeitarem em assembleia uma proposta de reajuste salarial de 7,4%.
Em nota, a Embraer criticou a forma como o sindicato abordou os funcionários da empresa. "O direito de ir e vir continuou cerceado pelo uso da força física, tendo o Sindicato mantido o bloqueio em todas as portarias da fábrica, com um elevado número de representantes de diversos outros sindicatos, da ordem de 150 ativistas".
"Esta prática de impedimento de entrada nas fábricas da região vem se repetindo há algum tempo pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, com consequências danosas para as empresas e, consequentemente, para seus empregados", conclui a nota.
O vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva, afirma que a greve está acontecendo de uma forma trânquila e sem incidentes. "Desconhecemos qualquer tipo de abordagem nesse sentido, não teve nenhum incidente, nenhuma ocorrência ou agressão, foi e está sendo tudo muito trânquilo, inclusive, essa é uma greve como o sindicato nunca viu na vida", diz.
A greve não atinge os trabalhadores da fábrica da Embraer, no distrito de Eugênio de Melo, em São José dos Campos. Ao todo, são 13 mil funcionários da empresa na cidade. Segundo o sindicato, a greve é histórica por ser a primeira vez, desde a privatização (em 1994) da Embraer, que acontece uma paralisação por tempo indeterminado.
A paralisação acontece após a categoria rejeitar a proposta de reajuste de 7,4% oferecida pela empresa e pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), que representa as empresas do setor, durante a última rodada de negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região.
De acordo com o sindicato, a proposta concede apenas 1% de aumento real, abaixo dos 8% ou 9% que metalúrgicos de outras empresas da região já conseguiram. Segundo Herbert da Silva, até o momento, Embraer e Fiesp, não enviaram uma nova proposta.
“Com o lucro em alta e bilhões de reais em contratos com o governo federal, a Embraer tem todas as condições de oferecer um reajuste maior aos trabalhadores. Por isso, vamos manter a greve até que a empresa deixe de ser intransigente e atenda às reivindicações dos metalúrgicos”, afirma o vice-presidente do sindicato, Herbert Claros da Silva.
Os funcionários da Embraer reivindicam 10% de reajuste, que, segundo o sindicato, representa 3,43% de aumento real nos salários. Além do aumento, os trabalhadores também pedem o congelamento do convênio médico -que pode dobrar de preço- e estabilidade no emprego.
Esta é a segunda vez em duas semanas que os funcionários da Embraer cruzam os braços. No dia 21 de outubro, cerca de 10 mil trabalhadores paralisaram as atividades por 24 horas. Além da Embraer, metalúrgicos de outras cinco fábricas do setor aeronáutico também já rejeitaram a proposta de 7,4%: Latecoere, Graúna, Sobraer, Sopeçaero e Alestis.
Outro lado
Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, a Embraer afirma que mantém “a firme determinação de preservar sua capacidade competitiva no cenário global” para justificar a proposta recusada pelo sindicato.
A nota ainda destaca desafios futuros, como o aumento da competitividade em seus mercados e a implementação de um “significativo plano de investimentos que visa assegurar sua sustentabilidade a médio e longo prazo”.
A empresa afirma também que a proposta de 7,4% de reajuste foi aceita na unidade de Botucatu e está em análise pelos sindicatos nas unidades de Gavião Peixoto, Sorocaba e Taubaté.
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