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Ministro alerta que negociação entre Embraer e Boeing deve ter limites

Jungmann diz que controle acionário é questão de soberania nacional

Ministro da Defesa Raul Jungmann Marcelo Camargo/Agência Brasill

Ministro da Defesa Raul Jungmann 

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira, 28, ser favorável à parceria anunciada na semana passada entre as fabricantes de aviões Embraer e Boeing, desde que a mesma não envolva transferência do controle acionário da companhia brasileira. Reiterando a posição do governo, Jungmann disse que "nenhum País do mundo abre mão de uma empresa como essa".

"Damos bênçãos ao projeto, mas há limites que não devem ser ultrapassados", disse o ministro, que nesta quinta fez um balanço de sua pasta. Jungmann informou ter pedido esclarecimentos sobre a forma como a negociação entre a Boeing e Embraer foram realizadas. De acordo com ele, qualquer tema relacionado à "golden share" detida pelo governo deve ser submetida à avaliação prévia do Ministério da Defesa. "Se aconteceu qualquer avanço de sinal, não poderia ter ocorrido", disse.

As duas companhias anunciaram dia 21 que estudam uma "potencial combinação", mas não deixaram claro que tipo de negócio seria. De acordo com a nota conjunta divulgada pelas empresas, as bases de um potencial acordo ainda estão em discussão, e "qualquer transação estaria sujeita à aprovação do governo brasileiro".

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Desde que a Embraer foi privatizada, em 1994, o governo brasileiro detém uma ação, a chamada golden share, que lhe concede poder de vetar várias decisões, como uma eventual proposta de venda ou fusão da companhia; a interrupção de projetos militares; e a exportação de tecnologia sem a anuência do governo.

O ministro lembrou que a empresa desenvolve inúmeros projetos de interesse estratégico para o país, como o sistema de controle espacial brasileiro; a arquitetura do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) e o reator multipropósito que será usado no projeto do submarino nuclear brasileiro.

“Há um núcleo da empresa, o de defesa, que é inalienável, porque aí tem soberania nacional, projeto nacional autônomo. Esta é a nossa preocupação, a do presidente Temer, do Ministério da Defesa e da FAB [Força Aérea Brasileira]. Fora esse aspecto, não nos diz respeito. Se é fusão, participação, articulação, é um problema do conselho de administração da Embraer”, afirmou Jungmann.

“A Embraer é o coração de um cluster [uma zona que concentra empresas integradas entre si] de tecnologia, inovação e conhecimento. Nenhum país do mundo abre mão do controle de uma empresa como esta”, disse.

Com informações da Agência Estado e da Agência Brasil

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