Por Marcus Alvarenga Em RMVale

'Não saber a origem das atividades artísticas é favorável', diz Zonzini

Ainda provisório na FCCR, ele afirma ter equipe envolvida com a cultura

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Aldo Zonzini Filho, 58 anos, advogado e ex-secretário de assuntos jurídicos

Claudio Vieira/PMSJC

Depois de mais 20 anos atuando no meio jurídico, o advogado Aldo Zonzini, de 58 anos, aceitou deixar os tribunais de lado e se dedicar a um novo desafio. Indicado há quase três meses pelo prefeito de São José dos Campos, Felicio Ramuth (PSDB), ele hoje trabalha como gestor provisório da Fundação Cultural Cassiano Ricardo, entidade responsável pelas ações culturais da cidade.

Mesmo longe da carreira de formação, Zonzini está enfrentando um júri composto de artistas, produtores e pessoas ligadas ao setor cultural que questionam a sua nomeação para o comando da FCCR. A função pode se tornar efetiva nos próximos dias, já que está entre os quatros candidatos que disputam a presidência da entidade.

“Eu não tenho visto uma manifestação forte de resistência quanto ao meu nome. Logicamente, alguns entendem que um agente cultural com participação direta seria melhor”, argumentou Zonzini em sua defesa.

O veredito se ele deve ou não continuar a frente das atividades culturais oferecidas pela prefeitura será do prefeito, Felício Ramuth. Enquanto a decisão não é tomada, Zonzine revela em entrevista exclusiva ao Meon como esta sendo a experiência na nova atividade e quais são seus planos para caso seja efetivado como diretor-presidente da FCCR.

Meon: Com uma carreira na área jurídica, como foi o convite do prefeito Felicio Ramuth (PSDB) para a gestão provisória da FCCR?

Aldo Zonzini: Realmente a minha carreira profissional foi sempre voltada para área jurídica, me formei em 84, a partir dessa data me dediquei à advocacia por mais de 20 anos. Depois me aproximei ao poder público e contribui com a gestão do Eduardo Cury por oito anos.

E nessa situação inusitada para mim, recebi o convite do prefeito Felicio Ramuth, para compor o quadro da Fundação Cultural Cassiano Ricardo nesse período de transição. Fiquei surpreso, mas diante da proposta achei que seria interessante e aceitei o desafio.

De verdade, tive uma surpresa positiva. Passei a conviver em um ambiente totalmente diferente e passei a gostar daquilo que estou fazendo hoje.

 

Meon: Como você relaciona a sua gestão na secretária de assuntos jurídicos com a atuação na FCCR? 

AZ: Está sendo muito proveitoso e uma experiência rica. Agora tenho outra dimensão ótica do que são as atividades na questão publica, está sendo muito boa, uma experiência bem rica.

Quando você trabalha em um ambiente que diz respeito às questões jurídicas, é um ambiente mais arido, mais difícil. Você está convivendo com problemas mais graves, mais complexos, dentro da administração direta. O núcleo é sempre mais nervoso, onde as questões são mais latentes, onde você tem envolvimento muito grande e uma cobrança maior, a responsabilidade tem uma dimensão maior.

Não que aqui na fundação você não tenha, mas o contexto de gerenciar é diferente. Aqui você trabalha com atividades artísticas, propõe uma possibilidade a mais de conhecimento. O que me atrai por essa área é que você tem um universo bem diferente.

O assunto que você cuida comparativamente do que era feito na área jurídica, que você estava envolto de todas as atividades da administração pública. Você tem essa diferença bem significativa.

Na minha concepção, não saber a origem das atividades artísticas é favorável. Sempre falei e repito, desde quando assumi, não tenho preferência por nenhuma atividade artística, quero trabalhar no desenvolvimento de todas elas.

 

Meon: Como explica a sua atuação no âmbito cultural, já que não possui esse conhecimento profissional? 

AZ: A minha função é muito mais de gestor do que de artista ou alguém que trabalha com arte, eu estou me cercando de pessoas qualificadas, que tem capacidade, tem conhecimento, trabalham na área e certeza que vamos desenvolver um trabalho promissor.

Para mim foi interessante, tive diversas surpresas positivas no contato com as pessoas.

A experiência é muito interessante, acabo convivendo no ambiente que não tinha o hábito de conviver, não estava participando desse ambiente, isso é uma novidade. Estou tendo contato nessa oportunidade e a meu ver muito enriquecedor, tanto para participantes da área cultural, como as pessoas que estão dentro da fundação trabalhando.

Funcionários com mais de 20 anos, a dedicação deles pela fundação, as pessoas trabalham com carinho amor e gostam do que fazem. É algo bem interessante e prazeroso.

 

Meon: Quais atividades já foram colocadas em práticas nesses primeiros meses da FCCR na sua gestão interina?

AZ: Nos já estamos em atividades com as casas de cultura, projeto de arte nos bairros, muito interessante, onde você leva atividades diferenciadas na área cultural para pessoas de menor recurso, nos bairros mais afastados. Já foi feito o edital, os interessados em torno de seis mil que se inscreveram, e já fizemos contato com três mil pessoas que querem participar. Isso já esta em funcionamento.

Qual o objetivo do seu trabalho como administrador provisório da FCCR?

Abrir mais atividades, também criar atividades profissionalizantes, no caso uma atividade de conhecimento, mas para promover um projeto de vida, dar oportunidade para ele levar, o que fazer, como tocar instrumentos, um leque enorme de atividade, e isso e muito importante.

Como esses projetos atingem um grande numero de pessoas, aquele que esta na esfera publica deve trazer um beneficio, na maioria em quanto mais pessoas consiga chegar é melhor.

Temos outros eventos que vão ser realizados, festidanca, as atividades estão a todo vapor. Logicamente existe o período de adaptação e estudo feito de forma satisfatória.

Queremos e ampliar as atividades da fundação, e aperfeiçoar, criar mais atividades diversificadas e dando oportunidade para odos ligado ao mundo da cultura.

 

Meon: Como recebeu as críticas sobre a sua indicação para a administração da FCCR?

AZ: Eu não tenho visto uma manifestação forte de resistência quanto ao meu nome, logicamente alguns entendem que um agente cultural com participação direta seria melhor, mas não é o principal para desenvolver o trabalho.

Assim, existiram sim algumas observações de resistência, mas na grande maioria eu senti uma boa receptividade das pessoas.

Houve a minha indicação para concorrer a uma lista tríplice, isso já na minha confirmação do meu nome ou não. Mas os próprios da casa indicaram o meu nome.

Isso foi muito gratificante, porque e uma demonstração que houve a percepção dessa maioria, que estamos aqui para trabalhar e para trazer benefícios, acréscimos e buscar uma autuação de destaque de excelência, isso já é um fator positivo.

Na maioria das gestões foram pessoas de outras áreas e isso não impediu que os trabalhos fossem feitos.

 

Meon: Como indicado para a vaga oficial de presidente-diretor da FCCR. Caso seja eleito, como será a sua gestão?

AZ: Boas relações, sensibilidade e estar aberto para discutir e escutar outros elementos do cenário. Isso deixei bem claro, desde o primeiro momento, não estamos para descontruir, queremos é construir e mais, contando com a ajuda de todos com experiência na área.

Existe uma expectativa a ser indicado a lista tríplice, mas ainda tem um processo a ocorrer em uma assembleia no próximo dia 12 de abril com o conselho deliberativo e havendo a hipótese de ser contemplado, depois ela encaminhada para ao prefeito.

Na hipótese de eu estar constando ai eu estaria voltando como presidente efetivo, já apossado nessa condição e deixaria de ser provisório.

 

Meon: E quais são as suas propostas?

AZ: O que vamos fazer, o mesmo que ate agora, quando entrei aqui em 4 de janeiro. Mesmo na condição de provisório, tenho as mesmas competências do efetivo.

Trabalho como se fosse definitivo, já foi escolhido o diretor cultural, assessora de relações institucionais, cargos dentro do organograma fundamentais para o andamento da entidade que já estão preenchidos.

A estrutura para dar andamento ela não se interrompera e vai continuar mesmo na condição de provisório ou como presidente.

Logicamente estamos tendo bastante informações buscando novas atividades diferenciadas, mas nada formatado definitivamente, são coisas construídas a cada passo, no momento certo podemos por para amanha em prática.

De imediato não tenho novas propostas, ainda é meio prematuro, mas temos a atividades do calendário cultural da cidade já sendo estudados.

Meon: Sobre o calendário de festas e eventos tradicionais em São José, eles serão alterados?

AZ: Vamos trabalhar sempre com um ajuste que o aporte financeiro esta pedindo uma preocupação maior. Fazer mais com menos, mas sem deixar interrupções nas atividades.

Nos já tivemos a informação do Governo do Estado que não vai ser dos mesmos moldes dos anos anteriores, não estará ocorrendo aqui em São José.

Alguns outros vamos analisar a situação financeira, para verificar se é interessante, mas sempre com a busca de privilegiar que diz a respeito à questão cultural, com o acréscimo de qualidade para criar um ambiente mais voltado para a cultura.

Não é o caso de propostas de terceiros, mas atividades que sempre foram realizadas, como o festidance, festival de teatro, vai fazer para tudo acontecer.

A festa do mineiro que ocorre no dia 21 de abril, já está estudando qual será a melhor forma. Vai acontecer, mas o modelo é que ainda estamos estudando. Na verdade, queremos aperfeiçoar, buscar ideias e sugestões, para oferecer para a comunidade uma festa ainda melhor.

 

Meon: O que você pretende trazer como novidade para a FCCR?

AZ: Se fala muito em economia criativa, no âmbito muito próximo da cultura. Buscar dentro das atividades culturais, atividades que tragam retorno financeiro e que possam sustentar a própria atividade.

Em Barcelona, na Espanha, e outros países de referência, tem na sua estrutura a economia criativa, para fomentar as atividades culturais. A ideia que temos na mente e que tem sido discutida é levar para a população, mas tudo tem que ter um critério de analise, avalição e ver a possibilidade. Isso é um ponto que temos ideia para desenvolver.

 

Meon: Qual a relação da cultura com o poder público?

AZ: A cultura tem que ser um elemento transformador, que traga uma proposta de conseguir levar aquilo que ela tem de diferencial para contribuir com o desenvolvimento da sociedade com um todo e pensado objetivo de atingir o maior numero de pessoas.

Aquelas que não têm como buscar por conta própria, o poder público cria a oportunidade para as pessoas, tendo resultado fantástico, consegue direcionar o pensamento de jovens, crianças para só coisa positivas.

O material, como alguém de outra área, é que os mundos de oportunidades para você desenvolver se possível vão fazer aquilo ao nosso alcance, a ideia é trazer uma grande qualidade para o que fundação tem para esse período, respeitando oque eu já foi feito, mas o trabalho com mais projeção, mais qualidade, mais recurso, que traga um diferencial daquilo que fundação pode desenvolver.

 

Meon: Como concilia a sua função de advogado e gestor interino da FCCR?

AZ: Agora a minha atividade principal e única é aqui na fundação. Dedicado extremamente para a fundação e deixando para outro momento a função na advocacia. 

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