Quais os melhores investimentos para o MEI?

O Brasil possui mais de 11,3 milhões de microempreendedores individuais (MEIs) ativos, segundo dados da Receita Federal. Só no ano passado, o número de novas formalizações bateu a marca de 2,6 milhões, a maior adesão registrada em cinco anos, de acordo com informações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A figura jurídica oferece muitas vantagens para quem quer empreender, o que justifica a alta no número de formalizações. Mas por vezes, também apresenta desafios. Uma dúvida comum ao MEI é sobre como investir, já que o faturamento mensal é variável.

Especialistas da área financeira asseguram que, para isso, basta planejamento. O caminho para que o MEI comece a investir é o mesmo de qualquer outro investidor. O processo passa por quatro etapas, como explica a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima): organizar as finanças, entender o mercado, escolher os investimentos e acompanhar as aplicações.

Como organizar as finanças

A primeira orientação é separar a pessoa física da pessoa jurídica, inclusive tendo contas bancárias separadas. O Sebrae recomenda começar pela organização do fluxo de caixa, anotando as despesas mensais e listando os ganhos.

Caso haja dívidas, é necessário quitá-las. Ainda de acordo com o Sebrae, se for preciso, o empreendedor deve buscar a renegociação junto com os credores para facilitar o pagamento. Em seguida, ele pode iniciar a criação de uma reserva de emergência.

A reserva pode ser a primeira forma de investir do MEI. Para isso, é aconselhável optar por investimentos em renda fixa, que são menos arriscados. O ideal é que essa reserva tenha recursos que possam cobrir entre três e seis meses de todas as despesas do negócio.

O que saber sobre o mercado

Estudar o mercado é uma etapa importante para quem quer investir, pois dá o norte necessário para entender quais são as melhores escolhas de acordo com as circunstâncias.

Para o segundo semestre de 2021, há investimentos que são apontados como mais promissores em decorrência do contexto econômico. O aumento gradativo da taxa básica de juros Selic e a projeção do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de encerrar o ano com o percentual de 7% favorece os rendimentos de investimentos em renda fixa.

O conhecimento sobre o mercado, os tipos de investimento e os fatores de variação dos rendimentos auxilia o investidor a fazer escolhas mais seguras. Segundo a Anbima, essas informações podem ser obtidas por meio da leitura de livros e consultas em sites e canais de fontes oficiais.

Como escolher os investimentos

Para fazer a escolha de onde investir, o MEI deve avaliar a finalidade com a qual irá aplicar para definir se investimentos em curto, médio ou longo prazo são mais compatíveis com o objetivo da empresa. Também é necessário avaliar o quanto se está disposto a correr riscos.

Para aqueles que irão começar a reserva de emergência, o mais indicado é optar pela modalidade de renda fixa. Embora todo investimento implique algum risco, esta categoria é mais segura em comparação com a renda variável.

Outra orientação importante é saber a oferta do mercado. Nem todos os investimentos estão disponíveis para a pessoa jurídica, como é o caso do Tesouro Direto. Dentre as alternativas para os MEIs estão o Certificado de Depósito Bancário (CDB), os fundos de investimento, a Letra de Crédito Imobiliário (LCI), a Letra de Crédito (LCA) e as ações.

Para quem está começando a investir, os CDBs e os fundos de investimentos podem ser mais atrativos, pois exigem aporte financeiro menor e são menos arriscados. A LCI e a LCA são alternativas que exigem um recurso mais alto para investir.

Já as ações integram a modalidade de renda variável, o que significa correr mais riscos para alcançar maior rentabilidade.