André Chiga, Juliana Veloso, Salete Carvalho Pinto e Juliana Hasse
Foto: Vanessa Menezes
Estima-se que no Brasil, 153 mil pessoas morrem por ano devido a atendimento de saúde de má qualidade.
Os resultados são de uma pesquisa conduzida, em 2018, pela Comissão de Saúde Global de Alta Qualidade, um projeto do jornal científico The Lancet, que tem duração prevista de dois anos.
Entre os problemas identificados, a pesquisa aponta que 34% das pessoas em países de baixa e média renda relatam experiência ruim de usuários, como falta de respeito, longos tempos de espera e consultas curtas, fatores que tem gerado falta de confiança nos sistemas de saúde.
Diante deste cenário, uma onda está se espalhando em vários países, promovendo um movimento mundial voltado ao atendimento estratégico centrado no paciente.
Pioneira no movimento no Brasil, a SOBRAMEX, Sociedade Brasileira de Médicos Executivos, de São José dos Campos, está promovendo o primeiro evento de medicina multidisciplinar na cidade, focado na abordagem das expectativas e na jornada dos pacientes nas instituições de saúde.
Entre os palestrantes estão o médico cardiologista, presidente da SOBRAMEX e diretor do Hospital São Francisco de Assis, André Chiga; as advogadas, especialistas em direito médico e hospitalar, Juliana Hasse e Salete Carvalho Pinto; o gerente de enfermagem, Vanderlei Carlos Pupin e a psicóloga Juliana Veloso.
Os assuntos explanados buscam apresentar formas de medir a satisfação sobre o atendimento médico, estratégias para fidelização de pacientes, além de discutir sobre processos para uma gestão inteligente na área da saúde, segurança do paciente e proteção para médicos em processos judiciais.
“O mais importante é que o paciente esteja no centro de tudo. É preciso quebrar a carcaça dos profissionais de saúde e voltar a olhar o paciente como o principal da história. Estamos numa revolução onde o paciente tem uma participação efetiva, inclusive na decisão do tratamento. É preciso estar atento às necessidades das pessoas. Ouvir o paciente com atenção e examiná-lo com cuidado. Precisamos falar de humanização no atendimento e enxergar o paciente como um cliente que precisa ficar satisfeito com o serviço”, destaca André Chiga.
Para Juliana Veloso o atendimento vai além de sanar a queixa relatada pelo paciente na consulta.
“O médico tem de ter em mente as expectativas do paciente e buscar conhecer e entender a dor dele. Ouvir vai além de escutar o que é dito. O médico precisa estar atento ao que o corpo transmite e ao que o paciente não fala. Para isso é preciso de treino, e muitos profissionais não são treinados, pois durante muito tempo foi cobrado do médico não se envolver emocionalmente com o paciente. Os profissionais precisam entender que ouvir não é se envolver”, explicou.
Juliana Hasse comenta que um atendimento de qualidade ameniza os riscos de erro clínico.
“É importante que haja informação e transparência no atendimento. Que o médico estabeleça um elo com o paciente, que pode afetar totalmente o resultado da experiência. Tudo isso reduz os riscos e ameniza o impacto dos resultados adversos”, contou.
Com uma equipe bem treinada que prioriza o paciente e trata-o como um cliente, a tendência é que sejam reduzidos também os processos judiciais na área de saúde.
“Quando se tem toda essa rede focada no paciente e ocorre um resultado negativo, o paciente compreende melhor as fatalidades. Entende que nem sempre o culpado é o médico ou o hospital. Isto reduz muito a judicialização”, comentou Salete Maria de Carvalho Pinto.
O evento "A revolução silenciosa na saúde – A estratégia centrada na experiência do paciente" da SOBRAMEX acontece nesta quinta (29) no Teatro Colinas, em São José dos Campos a partir das 18h.
Mais informações no site da SOBRAMEX.
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