Por João Pedro Teles Em RMVale

Universidades querem sociabilizar alunos dos cursos de exatas

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Programa da Unifesp prepara alunos para exigências do mercado

Flávio Pereira/Meon

Com o mercado de trabalho exigindo cada vez mais integração social dos profissionais de todas as áreas do conhecimento, cursos voltados para as ciências exatas precisam se adaptar para oferecer alternativas que desenvolvam nos alunos capacidades de oratória e escrita.

Os estudantes dessas áreas, historicamente os que mais apresentam dificuldade para desenvolver as aptidões, são também os mais prejudicados ao se deparar com as exigências de traquejo social do mercado de trabalho.

De acordo com o professor de psicologia organizacional da Unitau (Universidade de Taubaté) Paulo Sodré, o velho paradigma do profissional isolado em seus projetos sem lidar com outros funcionários é coisa do passado.

Sodré defende que é papel da universidade adaptar sua grade curricular para oferecer uma formação mais completa aos estudantes.

"O curso deve ter a premissa de preparar o aluno na totalidade e não apenas nas questões acadêmicas. Atualmente o profissional também precisa se debruçar em questões como postura, relacionamento interpessoal e habilidades escritas", afirma.

Outra questão levantada pelo acadêmico diz respeito aos conhecimentos gerais. Para o professor, quanto mais o profissional atenta para o que está acontecendo ao seu redor, maiores são as chances dele conseguir encontrar brechas para desenvolver um comportamento empreendedor.

"Quando há estímulo, esse estudante passa a desenvolver vivência de saber ouvir, entender a situação do mundo ao seu redor e, principalmente, entender quais são as melhores possibilidades para oferecer seus conhecimentos. Isso faz parte de uma atitude empreendedora, fundamental para os dias de hoje", comenta.

Unifesp
Nesse panorama, a Unifesp de São José dos Campos criou em setembro a plataforma Head Talks 15. O programa, sugerido pelos próprios alunos, é voltado aos estudantes do curso de ciência e tecnologia e estabelece um espaço de 15 minutos para o debate sobre temas que não fazem parte de seu universo acadêmico, como política, comunicação ou crise hídrica.

"Alunos e professores fazem apresentações sobre temas que eles mesmos escolhem. A dinâmica ocorre sem filtros ou qualquer tipo de censura. Se os alunos preferirem, nós oferecemos um feedback, dando dicas sobre a apresentação ou a oratória", afirma a professora Luciane Capelo, responsável pelo projeto.

Os encontros, que acontecem no auditório da universidade, têm sido um sucesso de público dentro do campus. Além do espaço físico, as discussões continuam no site do programa, onde os alunos inserem textos e opiniões sobre temas livres.

"Nesse espaço eles escrevem, enviam vídeos e sugestões de temas, tudo sem filtro ou censura. Só oferecemos nossas orientações de gramática e colocação. Assim, preparamos nossos universitários para as novas exigências não só do mercado, mas também de sua formação", afirma.

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