Yamaha MT-09 (à esquerda) e Kawasaki Z800
Sergio Castro/Estadão
As nakeds na casa dos 800 cm3 são a primeira opção para quem deseja um modelo com mais de 100 cv de potência. Nessa disputa, a recém-chegada Yamaha MT-09, que tem preço sugerido de R$ 35.990 (com ABS de série) encara a Kawasaki Z800, tabelada a R$ 33.390 sem o sistema de auxílio à frenagem, que aumenta o valor para R$ 36.390.
Com conjunto mais potente e moderno e cesta de peças e seguros mais baratos, a MT-09 superou a Z800 com facilidade. Some-se a isso o fato de, considerando os freios ABS, ela ficar mais barata que a rival.
A Yamaha tem também posição de pilotar mais confortável, com guidom mais largo e o tanque mais fino, o que permite manter as pernas mais fechadas. Já a fixação das pedaleiras traz boa posição em ambas.
A Kawasaki sobressai no conforto oferecido ao piloto pelo banco, que é mais largo. O lugar do garupa é acessório em ambas. Na MT, não há nem alças para ele se segurar.
O painel da Kawasaki também oferece melhor leitura por ter mais espaço para projetar os dados que na MT-09.
Já no quesito estrutura, a Yamaha volta a se destacar. Com quadro de alumínio, ante o de aço da Kawasaki, ela é 40 quilos mais leve - seu peso total é de 191 quilos. Na pilotagem, isso se traduz em um conjunto mais ágil em mudanças de trajetória e que se sobrepõe na estrada ou na cidade sobre o oferecido pela Kawasaki. Ambas são feitas em Manaus.
NOVATA TEM O MELHOR CONJUNTO
Além da ciclística mais acertada, o motor mais evoluído também está na Yamaha. Com 115 cv e 8,9 mkgf , o propulsor tem revestimento de cerâmica, que reduz o atrito entre as peças internas, aproveitando melhor a energia gerada.
O virabrequim da MT-09 é do tipo crossplane, o que a deixa com muito torque disponível em qualquer faixa de rotação e comportamento mais agressivo nas respostas que a Z800, que tem 113 cv e 8,5 mkgf.
No modelo da Yamaha há três modos de condução: para chuva, normal ou esportivo, que podem suavizá-la ou deixá-la mais agressiva ao alterar a abertura da borboleta. A Z800 não traz esse aparato de controle eletrônico.
No câmbio, há empate entre as motos, que apresentam engates justos e curtos. Ambas oferecem boas suspensões, com ajuste apenas de pré-carga e retorno, mas sem de compressão. Apesar disso, a vantagem vai para a da Yamaha, que tem mais curso na dianteira - são 137 mm, ante os 130 mm -, se ajustando melhor a imperfeições no piso.
A Z800 tem freios com discos duplos de 310 mm na frente e simples de 250 mm atrás, ante os 298 mm e 245 mm da Yamaha. Ambas contam com grande poder de frenagem, mas na Kawasaki o funcionamento é mais progressivo, além de o sistema ABS entrar mais tarde e ser mais comedido.
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