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O relançamento do álbum “Fearless” e a importância de todo artista ser dono de sua própria obra

Após polêmicas com direitos autorais, a artista Taylor Swift está regravando os primeiros álbuns da carreira

BRUNA SCOLASTRICI

Escrito por Bruna Almeida Scolastrici

12 MAI 2021 - 10H20 (Atualizada em 12 MAI 2021 - 10H37)

Foto: Reprodução

A cantora e compositora Taylor Swift, considerada pela revista Forbes a artista mais rentável da indústria musical, começou sua carreira na adolescência, através de músicas do gênero country. O álbum mais consagrado de Taylor nessa categoria foi “Fearless”, lançado oficialmente em 2008, a obra ganhou muitos prêmios importantes, incluindo o famoso “Grammy Award: Álbum do Ano”, tornando "Fearless" o álbum country mais premiado de toda a história da indústria músical.

O tempo se passou e a carreira de Taylor Swift se tornou muito poderosa, a cantora teve uma transição brilhante para o cenário pop, sendo a responsável por "hits" atemporais como “Shake It Off”, “Blank Space” e “We Are Never Ever Getting Back Together”, músicas que foram grandes sucessos nas rádios e marcaram uma geração inteira. Entretanto, mesmo sempre sendo envolvida em grandes polêmicas, a carreira de Taylor tomou um novo rumo no ano de 2018, quando a artista decidiu sair da gravadora Big Machine Label Group, depois de seis álbuns de sucesso e 13 anos de carreira. No ano seguinte, Swift perdeu os direitos autorais de seus seis primeiros álbuns, quando a mesma gravadora, a qual era a verdadeira dona da discografia de Taylor, foi vendida para o executivo da indústria fonográfica Scooter Braun.

"Este é o meu pior cenário. É o que acontece quando você assina um contrato aos quinze anos com alguém para quem o termo lealdade é claramente apenas um conceito contratual. E quando esse homem diz ‘a música tem valor’, ele quer dizer que seu valor é devido a homens que não ajudaram a criá-lo.”, disse Taylor, que na época não se silenciou a respeito das ações do ex-proprietário da gravadora, Scott Borchetta.

Durante essa época, a gravadora lançou diversas versões das músicas de Taylor, e até um álbum ao vivo da cantora sem a permissão dela, com o intuito de se aproveitar da grande legião de fãs da artista para receber um bom retorno em dinheiro. Porém, para a surpresa de Scooter Braun, os fãs recusaram totalmente o contato com as obras lançadas sem o consentimento de Taylor, e até geraram um grande incentivo ao consumo da pirataria na época para que o dinheiro e reconhecimento do trabalho de Taylor Swift não fosse direcionado para as pessoas erradas.

Em 2020, a artista se concentrou em entregar o melhor para os fãs: músicas novas. Taylor tinha uma turnê marcada para o ano, mas por conta da pandemia a cantora entrou em um ritmo de composição intenso, entregando dois álbuns, o "Folklore" e o "Evermore", os quais foram muito bem recebidos pelos críticos e fãs da artista. O "Folklore" foi até premiado com o "Grammy Award: Álbum do Ano", somando mais um prêmio para a estante da cantora. No final do mesmo ano, Scooter Braun vendeu os direitos das masters dos álbuns da cantora para uma empresa privada por 300 milhões de dólares, cerca de 1,6 bilhão de reais. A nova equipe detentora dos direitos autorais das músicas de Taylor chegou a entrar em contato com a cantora para tentar uma parceria, mas a resposta que ela enviou para a empresa foi negativa:

“Se eu apoiar vocês, como vocês pediram, eu vou estar contribuindo para os futuros pagamentos de Scooter Braun e a Ithaca Holdings. Eu simplesmente não posso em sã consciência me envolver em benefício dos interesses dele, diretamente ou indiretamente. É lamentável saber que eu não vou ter a possibilidade de ajudar a evoluir o futuro desses trabalhos, e me dói profundamente permanecer separada da música que eu passei mais de uma década criando. Mas é um sacrifício que vou ter que fazer para manter Scooter longe da minha vida”, disse Taylor, não aceitando a parceria, mas finalizou a carta possibilitando negociações futuras. A artista também aproveitou para divulgar que já estava regravando todos os discos lançados pela Big Machine, para poder finalmente ter os direitos autorais da sua obra.

No dia 9 de Abril de 2021, a cantora lançou em todas as plataformas digitais o "Fearless (Taylor's Version)", a primeira regravação da artista com versões novas das canções lançadas em 2008, porém, com 6 músicas inéditas escritas na mesma época, e novos "featurings", como "That's When" que é uma parceria com o Keith Urban, cantor que a Taylor costumava abrir os shows em 2009. O álbum possui uma sonoridade nostálgica, mas impõe bastante a voz mais madura de Taylor Swift, que agora aos 31 anos pretende continuar marcando a indústria musical com o seu talento, história e luta para ser dona da sua própria arte.

Com supervisão de Giovana Colela, jornalista do Meon Jovem. 

Escrito por
BRUNA SCOLASTRICI
Bruna Almeida Scolastrici

2° Série - Colégio Embraer Juarez Wanderley - São José dos Campos, SP

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