Biologicamente a menstruação é a descamação do endométrio, a parede interna do útero. Porém, para muitas mulheres, ela tem um significado diferente: envolve cólicas, mudanças de humor, indisposição e outras consequências.
O período menstrual ainda é visto como tabu não só em rodas de conversa, mas em situações rotineiras, como deixar um absorvente à mostra. Essa restrição contribui para a invisibilidade de temas como a pobreza menstrual.
Criado na França, o termo é usado para se referir a um fenômeno que envolve precárias condições de infraestrutura e de acesso a recursos higiênicos básicos, além da ausência de informações e, principalmente, de apoio após a menarca. A expressão traduz desigualdades sociais, econômicas, raciais e de gênero uma vez que o problema se agrava em regiões periféricas, de maioria negra.
Assim, a dignidade feminina é ameaçada uma vez que, em inúmeros casos, são usados miolos de pão ou ainda meias sujas para reter vazamento de sangue, comprometendo a saúde íntima.
É claro que muitas mudanças ainda têm que acontecer, mas há muitas iniciativas e até projetos de Lei aprovados com objetivo de combater esse problema.
A ONG Absorvendo Amor (@absorvendoamor), criada em 2018 por um grupo de estudantes, auxilia alunas de escolas públicas do Rio de Janeiro e de São Paulo (“por enquanto!”, avisa Constanza, a fundadora do projeto ) a terem acesso a produtos de higiene íntima de qualidade e busca promover conscientização levando profissionais para dialogar sobre saúde íntima. Constanza ainda afirma que “o tema é relevante pela sua urgência”.
Em 26 de agosto de 2021, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4968/19 que prenuncia a distribuição gratuita de absorventes higiênicos em escolas e para mulheres em situação de vulnerabilidade social ou em presídios. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou a distribuição gratuita de absorvente para menstruantes. Na nota divulgada, Bolsonaro justifica a decisão ao afirmar que o projeto não contém “fonte de custo ou medida compensatória”, além de contrariar o interesse público.
Mas, em 28 de setembro de 2021, foi aprovado na Bahia o Projeto de Lei da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB/BA) que consiste em um conjunto de ações que visam afrontar a situação da precariedade menstrual em todo o estado.
“A pobreza menstrual é um problema que precisa ser resolvido através da conscientização e educação, para o ciclo ser efetivamente quebrado — tudo isso começa com o reconhecimento da relevância deste tema em círculos cotidianos. Isso tudo vai além da necessidade de prover absorventes higiênicos.”, defende Constanza, da Absorvendo Amor.
É extremamente importante citar que, dentre as diversas medidas que devem ser tomadas, uma das mais discutidas é a implementação de um sistema educacional que aborde temas relacionados à saúde menstrual, uma vez que muitas pessoas que menstruam não fazem ideia do que fazer nos períodos do menstruais. Para, no futuro, ter todos os ítens necessários para viver com a menstruação não será um luxo e sim um direito.
Com supervisão de Yeda Vasconcelos, jornalista do Meon Jovem.
O impacto dos embates mundiais no cenário econômico
Conflitos geram consequências duradouras nos preços dos bens essenciais
Animais silvestres aparecendo em condomínios
Saiba o que fazer quando encontrar algum
Apagões não param a adoração
Chuvas causam queda de energia durante culto na Igreja Vida Plena
Boleto
Reportar erro!
Comunique-nos sobre qualquer erro de digitação, língua portuguesa, ou de uma informação equivocada que você possa ter encontrado nesta página:
Os comentários e avaliações são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site.