Jornal evangélico do Espírito Santo compartilhado nas redes sociais
Reprodução/Facebook
Ao final da primeira semana de vacinação contra HPV no Brasil, artigos, mensagens e reportagens postadas por grupos religiosos contra a imunização multiplicam-se nas redes sociais.
A CNBB (Comissão Nacional dos Bispos do Brasil) contudo, afirma que as manifestações na Internet são individuais, de grupos isolados de fiéis e não representam a opinião da Igreja Católica.
"Cabe aos profissionais de saúde avaliar a garantia ou não da vacinação contra o HPV. Cabe aos pais, a responsabilidade da decisão de vacinar suas filhas, recorrendo à opinião de especialistas, caso seja necessário. O papel da igreja é educar e formar seus filhos para a defesa da vida, dos valores humanos e cristãos", disse o cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis, presidente da CNBB e arcebispo de Aparecida, em entrevista ao Meon.
Em nota, o Ministério da Saúde informa que acompanha todo o debate e não vê necessidade de realizar campanha específica para religiosos. A pasta também ressalta que a vacina contra o HPV é mais uma estratégia de saúde pública para prevenção de câncer de colo de útero.
Até o fechamento desta reportagem, líderes religiosos de denominações evangélicas procurados pelo Meon não haviam se pronunciado sobre o caso.
Dados
No Brasil, estima-se que 5,2 milhões de pré-adolescentes serão imunizadas contra o câncer de colo de útero até o começo de abril. Só em 2013, mais de 4,8 mil mulheres morreram em decorrência da doença no país.
De acordo com a pediatra Tereza Monteiro Ribeiro Cardoso, chefe da vigilância epidemiológica de São José dos Campos, a idade ideal para iniciar a vacinação é na verdade aos nove anos, quando as meninas ainda não iniciaram a vida sexual. "Tudo é fruto de muito estudo e pesquisa. Hoje, no Brasil, uma menina entre dez e 14 anos dá a luz a cada 20 minutos. Em São Paulo, a cada três horas, uma entre dez garotas da mesma idade se torna mãe. Estamos protegendo nossas adolescentes", destaca.
Segundo a pediatra, a vacina contra HPV não é a única a proteger contra doenças sexualmente transmissíveis. "Não entendo tanta revolta entre alguns fiéis se, já quando bebê, suas filhas foram vacinadas contra hepatite B, que também é uma doença sexualmente transmissível. Não vai mudar nada na vida sexual destas garotas, elas apenas estarão protegidas", conclui.
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