A notícia de quebra de acordo da Boeing com a Embraer, divulgada no último sábado (25), vem causando repercussão pelos impactos que possam causar, principalmente econômicos. A Embraer afirma que a empresa norte-americana rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para evitar a transação e pagar o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A Boeing por sua vez, alegou que há vários meses mantinha negociações produtivas a respeito de condições do contrato, que não teriam sido atendidas.
O fundador da Embraer e ex-presidente da companhia, o engenheiro Ozires Silva, gravou uma mensagem otimista aos “amigos e colegas” da empresa, mesmo com o rompimento do contrato de compra da área de aviação comercial.
“A notícia não deve afetar as nossas cabeças nem nos levar a deixar de ter pensamentos claros. Devemos pensar que vamos enfrentar um desafio como foi o de fabricar aviões, o da privatização, o de conquistar o mercado internacional, conseguir as certificações necessárias, enfim, estar estabelecida, fazendo com que os nossos aviões estejam voando no mundo todo”.
Disse também que as negociações com a Boeing para esta nova etapa serão difíceis, como foi a decisão de privatização em 1994. Mas que tem certeza que isto não vai desanimar a equipe de trabalho.
“Vocês são extremamente valiosos para a companhia e, agora, sob o comando competente do Francisco Gomes Neto, eu posso dizer que estaremos honrando no futuro os outros presidentes que já passaram pela Embraer”. Ozires Silva, de 89 anos, lembrou da posição global da empresa como uma das mais importantes do mundo.
Notas de apoio à Embraer
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, regional de São José dos Campos, enviou uma nota pública de apoio à Embraer, por representar todas as fornecedoras e parceiras da empresa. Disse que "diante da notícia deste último sábado, em que Boeing anunciou de maneira surpreendente a rescisão do acordo (MTA) com a fabricante brasileira, a CIESP entende que a dificuldade deste momento, agravado ainda mais pela pandemia da Covid-19 em escala global, está afetando gravemente o setor de operação aérea que é seu principal nicho de seus extraordinários aviões. Reconhecemos a força, a determinação e a grandiosidade da Embraer, e temos absoluta certeza de que esse será mais um momento de superação na história dessa indústria, uma das mais importantes do mundo".
O CIESP reforçou ainda que "toda a cadeia produtiva do setor estará junto à empresa em prol da sua rápida recuperação. E finalizou afirmando: "Seguimos confiantes de que essa será apenas mais uma parte da história dessa indústria tão importante para o desenvolvimento e a autonomia tecnológica do Brasil. Muito nos honra ter a Embraer em nosso quadro associativo, bem como sua cadeia de fornecedores".
A Associação Comercial e Industrial de São José dos Campos também divulgou um comunicado oficial em defesa da Embraer, ressaltando a preocupação com os reflexos econômicos que o fim do acordo com a Boeing possa causar: " A rescisão resultará em prejuízos, não só á empresa como também à sociedade e funcionários. Em razão disso, a ACI de São José dos Campos se coloca ao lado da Embraer, de sua diretoria, de seus funcionários e de sua cadeia de fornecedores em defesa dos interesses da indústria nacional".
A ACI diz ainda que a Embraer tem o DNA de São José e uma história de sucesso que passa de 50 anos. "Seu papel como exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial, leva o nome de nossa cidade e do Brasil a todos os continentes. Ao lado de sua cadeia de fornecedores, e uma das principais geradoras de empregos e riquezas em nossa cidade, nossa região e no nosso país".
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