Por Meon Em RMVale Atualizada em 14 SET 2021 - 13H25

“Parecia um arrastão. Só não apanhei porque corri”, diz motorista do caminhão incendiado em protesto em São José

Quatro veículos foram incendiados em manifestação na avenida Fundo do Vale na tarde desta segunda-feira


Aleksandro Moreira Maciel, de 40 anos, estava levando seu caminhão para casa antes de uma nova entrega quando foi surpreendido por manifestantes encapuzados e munidos de pedaços de pau na avenida Fundo do Vale, em São José dos Campos, na tarde desta segunda-feira (13). “Eu ouvi um estouro e vi pneus sendo jogados na via por uma molecada com pedaços de pau. Não tinha como sair dali, o caminhão é pesado e tinha um carro na minha frente e outro atrás”, conta.

O caminhão de Aleksander foi um dos quatro veículos incendiados por um grupo de moradores da comunidade Santa Cruz, região central de São José. O grupo ateou fogo nos veículos na Avenida Fundo do Vale, que dá acesso ao Anel Viário, por volta das 18h. Além de incendiar um caminhão e três carros, os manifestantes bloquearam a via com uma pilha de objetos em chamas. Depois disso invadiram a avenida Nelson D’Ávila, onde apedrejaram ônibus e veículos.

O motorista do caminhão conta que correu largando tudo dentro do veículo, sua carteira, celular, documentos do veículo e o dinheiro que usava para os pedágios. “Eles estavam atacando as pessoas que estavam nos carros, batendo mesmo. Eu só não apanhei porque eu corri. Não tinha o que fazer. Eu olhei para trás e vi eles colocando fogo no pneu e na parte de cima do caminhão. É triste demais”, contou emocionado.



Apenas quando chegou na Câmara Municipal, Aleksandro conseguiu ajuda com os seguranças. “Lá eles me ajudaram muito. As pessoas estavam sem entender o que estava acontecendo. Isso não costuma acontecer aqui em São José. Na Câmara, eu consegui falar com a minha esposa e meu amigo, que é meu sócio”.

Na manhã desta terça-feira (14), Aleksandro registrou o boletim de ocorrência na 1ª Delegacia de Polícia no centro de São José. O caminhão estava carregado com 280 sacos de cimento, que seriam entregues em Ilhabela, e com o tanque cheio.

Amigos e a família também começaram uma vaquinha online para que Aleksandro e Rafael consigam comprar outro caminhão. “A gente ainda estava pagando, pegamos o “velhinho” (de 1976) há pouco mais de dois meses e usava para fazer essas entregas e complementar a renda da família”. Aleksandro mora com a esposa e os três filhos em Paraibuna.

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