Pensar na forma como queremos envelhecer deveria estar mais presente na vida das pessoas
Reprodução/Vida Fit
Meu plano é envelhecer bem, com saúde e disposição. Ser aquela velhinha pra cima, que corre no parque ou no calçadão da praia e que faz todo mundo pensar “quando eu envelhecer, quero ser que nem ela”. Quero ter minha Harley e sair viajando por aí com o meu amor, que também já vai estar ‘véinho’. E super vaidosa, assumindo o cabelinho branco bem cuidado e as tattoos enrugadas (sim, a sua pele “branca” vai enrugar tanto quanto a minha colorida, sinto lhe dizer). Quero estar com a cabeça e o corpo sãos, sem dar trabalho a ninguém e sem depender de ninguém também. Se eu vou conseguir chegar a isso, não posso garantir 100% porque a vida – e a genética – simplesmente acontece, mas eu posso dizer que tô no caminho: cuidando da minha saúde física e mental, me alimentando bem, cultivando as coisas boas da vida :)
Pensar na forma como queremos envelhecer deveria estar mais presente na vida das pessoas, eu acho. Porque, gente, por mais que seja super legal ser jovem, os fios brancos aparecem pra nos lembrar que nós não seremos assim eternamente. E a idade chega pra todos, a menos que você morra antes. Isso é um fato. Queira você aceitar ou não. No final das contas, é a nossa perspectiva de futuro que dita nossos resultados.
E genética à parte, são os hábitos saudáveis que a gente adquire e cultiva hoje que vão dizer o tipo de idoso que seremos amanhã. É o que o meu treinador André Santos, da GO Assessoria Esportiva, disse: “Qualquer pessoa que tenha vivido suas fases da vida com um conforto e inatividade física, herdou um estilo de vida incapacitante. Muitos vivem por muitos anos, mas com constantes intervenções médicas que incluem remédios avançados e outros procedimentos que prolongam a vida útil, porém uma existência limitada apenas à respiração está longe de ser uma boa qualidade de vida. O repouso e a inatividade física é tudo aquilo que as pessoas que estão envelhecendo não precisam.”
Por que?
O coach André me explicou que, a partir da meia idade, inicia-se um processo de acúmulo de gordura e perda de músculos, força, ossos e a capacidade aeróbia. Com isso, temos riscos maiores de apresentar doenças cardíacas, diabetes, pressão alta e osteoporose. “Essas pessoas estão a caminho da ‘zona de invalidez’ (Evans e Rosenberg, 1991)”, explica o coach.
De acordo com ele, essa zona de invalidez é o período de tempo em que a pessoa não tem mais qualidade de vida (em razão de doenças) e vivem assim até sua morte. Bem diferente de seu período saudável e capaz de realizar tarefas do dia a dia com autoconfiança e segurança.
“O exercício físico é uma preparação para envelhecer bem, tendo músculos, energia suficiente para se movimentar e manter sua independência física. O corpo humano é incrivelmente resistente! Pessoas com 70, 80, 90 anos que nunca tiveram um estilo de vida fisicamente ativo e que iniciam algum tipo de exercício físico, mostram grandes melhorias no condicionamento físico. Que dirá então das pessoas com essa idade que já praticam exercícios bem antes de entrarem nessa idade!”, comenta André.
Treinamentos para meia idade e maturidade
Segundo o coach, dois tipos de treinamentos muito importantes para pessoas da meia idade como para os idosos: o treinamento cardiovascular e o treinamento resistido.
Treinamento cardiovascular
Uma das modalidades do treinamento cardiovascular é a corrida. Muitos idosos, especialmente os que eram sedentários, toleram ou preferem exercícios de baixa intensidade e longa duração, sendo assim o processo para se chegar a corrida contínua é de médio a longo prazo intercalando com caminhadas até existir uma plena adaptação articular, muscular e cardiorrespiratória à corrida.
Já para o idoso ativo e que tem um histórico de corrida ou outras atividades cardiovasculares, a variação de intensidades mais altas e volumes mais baixos vai produzir novas adaptações em seu corpo melhorando ainda mais o condicionamento físico.
“A programação da corrida sempre deve ser de acordo com os níveis de condicionamento físico e à tolerância do indivíduo”, orienta André.
Treinamento resistido
Uma das modalidades do treinamento resistido é o treinamento de força funcional. Esse tipo de treinamento aumenta a força muscular, preserva a independência física, limita a probabilidade de doenças crônicas (como o diabetes) e proporciona aos corpos um envelhecimento fisiologicamente mais jovens do que a idade cronológica (olha que coisa boa, gente!)
“Esse tipo de treino vai melhorar a mecânica do movimento, aumentar a força em si e a capacidade funcional associada nos idosos. Alguns dos benefícios que serão produzidos é a cadência da caminhada ou da corrida, maior potência das pernas e mais equilíbrio para qualquer atividade do dia a dia”, explica o treinador.
Ou seja: não há limite de idade para os benefícios do exercício físico, desde que você faça tudo certinho, com supervisão de um educador físico competente e do seu médico de confiança.
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