Autorretrato de Ernesto Quissak, o primeiro da família de artistas
Reprodução/Acervo Pessoal
A produção artística de Guaratinguetá se confunde com a história de uma família, a dos Quissak. Ernesto Quissak (1891 - 1960), o primeiro, foi um dos pintores pioneiros do Vale do Paraíba nos anos 1920 e leva o nome do 29º Salão Acadêmico de Artes Plásticas Prof.º Ernesto Quissak, que acontece no próximo dia 17 de julho na cidade.
Quem criou o salão em 1985 e deu o nome do pai ao concurso foi Quissak Jr. (1935 - 2001), o segundo, foi pintor, desenhista e escultor profissional dedicado à arte contemporânea.
Produziu mais de 4 mil obras em 50 anos de carreira, participou de Bienais de São Paulo nos anos 1960 e tem obras no Masp (Museu de Arte de São Paulo), Palácio dos Bandeirantes, é o único brasileiro com obra na Galeria Degli Uffitze, na Itália e criou a bandeira oficial de Guaratinguetá em 1958.
"Toda a nossa família tem essa tradição, de um modo ou de outro, todos somos pintores ou músicos", diz Ernesto Quissak, o terceiro. O advogado e pintor nas horas vagas conta que seus quatro irmãos têm a veia artística do pai e do avô, e não mede palavras para contar histórias dos dois.
A própria alcunha pela qual os Quissak são conhecidos veio de uma invenção do avô. Ernesto Leme Barbosa adotou o Quissak, por uma simples estilização do nome da mercearia Quiçaca, que seu pai administrava em Guará. "Vovô tinha essa coisa da elegância, da fase da Belle Époque francesa, dos dândis, e mesmo assim tirou o nome da padaria do meu bisavô", conta o neto.
Pupilo do primeiro Quissak, Quissak Jr. também foi militante em política cultural, atuando como chefe do setor de comunicações culturais do Conselho Estadual de Cultura do Estado de São Paulo, em 1970. Lá, participou da criação do Salão Paulista de Arte Contemporânea e do Museu de Arte Sacra.
"Já cuidava do patrimônio de Frei Galvão [primeiro santo brasileio, nascido em Guará] antes de ele se tornar santo", afirma Quissak Neto, orgulhoso.
Para o neto, pai e avô partilhavam do gosto por viver em Guará, o que fez de Quissak Jr. ser chamado de o "Recluso de Guaratinguetá", por morar em uma casa sem janelas.
"Por isso todo mundo tem alguma coisa artística, o que importava para eles eram a arte e a família".
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