Por Meon Em Opinião

E agora, quem poderá nos defender?! (de nós mesmos)

O Estado Democrático é uma ficção jurídica (do latim Fictio iuris) de Direito Público, concebida com a finalidade de institucionalizar a pólis. Para o Jurista Rudolf von Jhering, a ficção jurídica seria uma "ilusão técnica consagrada pela necessidade”.

Partindo destas premissas, coloquemos um terceiro fator como orientador da questão seguinte: a histórica busca inócua do brasileiro por um salvador da pátria.

Há tempos o cidadão, filho desta nação amada, clama a respeito de uma representatividade prática, que resista a esquemas de corrupção, influências políticas, decisões controversas, indicações imorais, discussões inoportunas e toda espécie de não representação; estas que lamentavelmente o povo brasileiro já se acomodou a ver. Já se perguntou o porquê de tudo isso?!

A questão elementar na ideologia democrática é a de que os cidadãos - não podendo dedicar-se integralmente à vida pública - cedam poderes a certos representantes, que por sua vez, irão administrar a máquina estatal, correspondendo à expectativa de seu eleitorado e desempenhando uma atividade honrada, considerando a confiança nestes depositada.

Entretanto, o desinteresse constante da população gerou um Estado farto, com excessos de privilégios, ao passo que se firmou como à nata política brasileira. Assim sendo, a divisão entre o governo e o povo tornara-se evidente, dramática e inconveniente.

Talvez a resposta que busquemos esteja em nós mesmos, talvez as respostas estejam nas próprias perguntas.

A forma de combater o status quo, a nosso ver, não é vias de uma revolução armada ou qualquer outra “solução” paliativa. Nossa forma de pensar exige uma mudança estrutural no modo como o povo enxerga a sociedade, uma transformação cultural, participativa, onde a mudança ocorre dos cidadãos para as instituições, de dentro para fora. Não o contrário.

A espera milagrosa por um messias ou resultados diferentes se torna utópica quando sua causa,  a omissividade cidadã, prevalece. Resultando assim - mais uma vez - neste infeliz ciclo vicioso que perdura por mais de 500 anos.

Afinal, se todo poder emana do povo, caberia a nós exercê-lo. Mas como?!

Buscando formas alternativas da sociedade civil ser devidamente organizada, resolver-se sem necessidade do aparato estatal, sem agentes públicos. Podendo ser uma associação de bairro, uma comunidade ordenada, iniciativas populares, acadêmicas, grêmios, ações representativas, movimentos… O importante é que algo seja feito por parte da sociedade civil a respeito do espaço constitucional pertencente ao povo, recuperando a voz que legitimamente é da nação!

Caso contrário, tudo continuará como é: um jogo de poder, não de ideais.

“O Poder não é deles, o Poder é do povo. Se cortar da raiz, ele nasce de novo!”

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