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11 réus são condenados por lavagem de dinheiro e extorsão no Vale do Paraíba

Um dos condenados recebeu a pena de 115 anos de prisão

Escrito por Rubens Baracho

05 NOV 2025 - 11H30

Divulgação/GOVSP

A Justiça de São José dos Campos condenou 11 pessoas investigadas por lavagem de dinheiro, extorsão e ligação com uma facção criminosa que atua no Vale do Paraíba. As penas ultrapassam 100 anos de prisão para alguns dos réus, muitos deles empresários da região.

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As sentenças foram proferidas pela juíza Marise Terra Pinto Bourgogne de Almeida, da 5ª Vara Criminal, e resultam do mesmo processo que, em 2024, levou à decretação das prisões preventivas dos investigados.

Entre os principais condenados estão Kleber Nunes Faria de Sousa, conhecido como “Klebinho”, que recebeu 115 anos de prisão, e Nestor Favian Hernandez Perez, o “Fabianinho”, condenado a 105 anos. Segundo o processo, ambos comandavam o esquema criminoso.

Outros nove réus foram sentenciados por integrar e financiar uma organização criminosa estruturada que, conforme o Ministério Público, atuava em São José dos Campos, Jacareí e outras cidades da região desde 2013.

As investigações foram conduzidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e pelo Seccold (Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro), com apoio do Baep (Batalhão de Ações Especiais de Polícia).

De acordo com o MP, o grupo mantinha um esquema de agiotagem com juros abusivos, cobranças sob ameaça e ocultação de valores ilícitos por meio de empresas e transações comerciais. O esquema teria movimentado cerca de R$ 500 milhões.

As vítimas — em sua maioria comerciantes e empresários — eram coagidas a pagar dívidas ilegais sob risco de violência ou prejuízos patrimoniais. Em alguns casos, foram obrigadas a transferir imóveis, veículos e estabelecimentos comerciais aos integrantes da quadrilha.

Parte do dinheiro arrecadado era destinada ao PCC (Primeiro Comando da Capital), segundo as investigações. Durante a operação, foram apreendidos carros de luxo, imóveis e grande quantia em dinheiro, e a Justiça determinou o perdimento dos bens em nome dos réus e de pessoas interpostas.

A juíza destacou na decisão que interceptações telefônicas, relatórios financeiros e depoimentos de vítimas e testemunhas comprovaram a existência de uma estrutura criminosa com divisão de tarefas e atuação sistemática, confirmando o vínculo dos condenados com a facção e a prática reiterada dos delitos.

O que dizem as defesas?

Após a condenação de 11 pessoas por crimes de lavagem de dinheiro, extorsão e envolvimento com uma facção criminosa no Vale do Paraíba, parte dos réus se manifestou por meio de seus advogados e afirmou que pretende recorrer das decisões.

A defesa de Emerson Escobar Lino declarou que o processo não apresenta “provas concretas” e que irá apresentar “todos os recursos cabíveis” para contestar a sentença.

Por meio de seus advogados, Wenceslau afirmou que discorda da decisão judicial e classificou as acusações como “totalmente desprovidas de respaldo probatório”. Ele também informou que recorrerá da condenação.

O advogado de Edilberto Robson Ribeiro e Patrícia Rosana Hernandez Ribeiro informou que ainda não foi intimado oficialmente sobre a decisão.

As defesas de Reginaldo Salvador dos Reis, Jackson Fonseca Ribeiro, David da Rocha de Almeida e Nicole de Paiva Reis também afirmaram que ainda não receberam intimação, mas ressaltaram que os clientes são inocentes.

As condenações foram determinadas pela juíza Marise Terra Pinto Bourgogne de Almeida, da 5ª Vara Criminal de São José dos Campos, em processo que investigou a atuação de um grupo acusado de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro com suposta ligação com a facção criminosa PCC.


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Por Rubens Baracho, em RMVale

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